Publicado originalmente em 2 de julho de 2009, no Claudicando.
Hoje resolvi que não postaria nada, muito menos navegaria na net, nenhuma leitura, embora algumas chamadas tenham me despertado a atenção - Anistia, Israel e Serra - mas, como sempre costumo voltar das minhas decisões radicais, ou não, a culpa recairia em um amigo que me indicou um bom vinho tinto, que ora beberico, um desses vinhos “honestos”, preço acessível.
Outra “culpada” seria a Yvy Brussel e o seu Maybe Tomorrow – “Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto, bebi teu licor" - que me deixa melancólico, mas de uma melancolia agradável, como disse Drummond no “Poema das sete faces”:
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Antes de dormir, num ritual de atiçar as emoções, ainda ouvirei, no escurinho do meu quarto – quantos têm um quarto escurinho para passarem a noite no nosso mundinho capitalista? Não para se protegerem de um Katrina, que escancarou para o mundo as mazelas dos pobres nos Estados Unidos, mas de uma chuvinha? – Belchior - A Palo Seco, Pequeno Perfil de um Cidadão Comum - e Cesaria Evora - São Vicente di Longe, Regresso.
De uma canção, um poema ou um dizer popular:
Acalma-te Izabel,
para que brigar?
A vida é curta...
Muitas vezes sinto-me impotente diante da existência – bota muitas vezes nisso - de problemas pessoais, da morte de uma pessoa querida ou mesmo desconhecida, das doenças, das injustiças e desgraças de viver em uma sociedade capitalista que, se não fosse o álcool, a indicação do meu amigo de um bom vinho tinto e a seleção de músicas da Yvy, sei não...
(Itárcio Ferreira)
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