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3 X NÃO
Não creia em mim
Não há futuro
Não me deixo pra depois
SEM TIC-TAC
Mesmo um relógio parado
consta certo as horas
duas vezes ao dia
Não creia em mim
Não há futuro
Não me deixo pra depois
SEM TIC-TAC
Mesmo um relógio parado
consta certo as horas
duas vezes ao dia
UMA PRESENÇA
Vez por outra uma presença
me confunde a solidão
menos espero
e muito mais me vejo só
me confunde a solidão
menos espero
e muito mais me vejo só
Não ter do que ter saudade
me deprime e reanima
se me constrange
também não me tira a calma
me deprime e reanima
se me constrange
também não me tira a calma
Além da dor que me embriaga
a lucidez
resiste ao dia, a esta cidade
e a vocês
a lucidez
resiste ao dia, a esta cidade
e a vocês
MARIPOSA
Pra eu poder
e só
andar nas ruas
fez-se em volta uma cidade
e só
andar nas ruas
fez-se em volta uma cidade
Para se dar
mais colorido à noite
pôs-se acima um luminoso
mais colorido à noite
pôs-se acima um luminoso
E pra que eu
me sinta bem enfim
nesta cidade
há-se em mim um cidadão
me sinta bem enfim
nesta cidade
há-se em mim um cidadão
Portanto livre
como o que é em noite
e que enche as ruas
perseguindo luzes
acordando
ainda que em sonhos
íntegro
ainda que meio-homem
plenamente meio
mariposa
como o que é em noite
e que enche as ruas
perseguindo luzes
acordando
ainda que em sonhos
íntegro
ainda que meio-homem
plenamente meio
mariposa
CANTO DE AMOR E LAMA I
Choveu
e há lama em Santo Amaro
nas ruas
nas casas
vós contornais
eu não
a mim a lama não suja
em mim há lama não suja
eu sou a lama das chuvas
que caem em Santo Amaro
e há lama em Santo Amaro
nas ruas
nas casas
vós contornais
eu não
a mim a lama não suja
em mim há lama não suja
eu sou a lama das chuvas
que caem em Santo Amaro
Vosso Scotch
pode me sujar por dentro
cachaça não
vosso perfume
pode me sujar por fora
suor nunca
porque sou suor
a cachaça e a lama
das chuvas que caem
em Santo Amaro das Salinas
pode me sujar por dentro
cachaça não
vosso perfume
pode me sujar por fora
suor nunca
porque sou suor
a cachaça e a lama
das chuvas que caem
em Santo Amaro das Salinas
Erickson Luna, poeta
recifense, falecido em 2007, foi um dos destacados Poetas Marginais, conhecido
por seu romantismo marginal e palavras sábias. Teve alguns poemas publicados na
Coletânea poética I – marginal Recife (2002) e em fanzines. Em 2004 lançou o
livro ‘Do moço e do bêbado’ (2004).
Via Flores
no Ar e Claudicando
so um comentario mesmo e nao uma pretencao.me parece que no poema de ericksonluna,onde ele diz "alem da dor que me embriaga a lucidez/resiste ao dia/a cidade,a vcs".nao deveria ser "resisto ao dia e nao resiste ao dia"?acredito que a grafia resiste foi erro de digitacao ou de interpretacao do poema
ResponderExcluirResiste, sim!
ResponderExcluirNão é "a dor que me embriaga a lucidez", mas "além da dor que me embriaga, a lucidez resiste ao dia..."
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