Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A depressão é doença e precisa ser tratada como tal




Depressão é uma doença terrível, angustiante e até fatal. Tive isso ano passado e por pouco não me suicidei. Muito pouco mesmo. A gente fica completamente dominado pela doença. 

É como se uma outra pessoa tomasse conta do seu cérebro e plantasse pensamentos alienígenas dentro dele que, depois que você se cura, custa a acreditar que foi possível pensar tais coisas.

O mais difícil quando se está com essa doença, é o fato de que a maioria das pessoas próximas não entende o que você está passando e, via de regra, fala besteiras como as mostradas na charge acima - sempre com a melhor das intenções, diga-se de passagem -, mas que só ajudam a piorar o quadro.

A depressão acaba também com a vida sexual da vítima. Quantos casamentos foram desfeitos por causa desse doença, sem que o casal soubesse disso?

Leiam com atenção o texto abaixo e repassem, pois vocês podem conhecer gente neste estado que necessita de cuidados médicos urgentes.



SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.






A cultura popular associa depressão como um estado de humor da pessoa e que ela pode se curar sozinha. 

Isso faz com que as pessoas não encarem a depressão como uma doença e não procurem ajuda médica.

Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas, etc. 

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. 

Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente.

O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos, e desaparece o interesse pelas atividades, que antes davam satisfação e prazer.


A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. 

Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves.


Causas

Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro.

Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de medicamentos (ex: as anfetaminas).


Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas principalmente no período fértil.


Sintomas

Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:

1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);
2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva  praticamente diárias);

3) problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);

4) fadiga ou perda de energia constante;

5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);

6) dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);

7) ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);

8) baixa autoestima;

9) alteração da libido.

Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. 

No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.


Diagnóstico

O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. 

Além de espírito deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.

Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial.


Tratamento

Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. 

Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. 

Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.

Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. 

Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às vezes, por toda a vida, para evitar recaídas.

Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessário.


Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante para reverter o quadro de depressão.


Recomendações

* Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça nem de irresponsabilidade. 

Se você anda desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. 

O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez;

* Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. 

Os sintomas podem variar conforme o caso. 

Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos;

* A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. 

É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. 

Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém, está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.


Mais informações neste link.


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