Aos Mestres, com carinho!

Aos Mestres, com carinho!
Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

BATALHA


Há um oceano dentro de ti
       que não consigo vencer
       (as ondas, as correntes, as tempestades,
       o monstro que não existe...)
       com minhas braçadas de ferro. 

Meus músculos cansam ao tentarem
                    dominar teu peito
                    a nado livre,
são frágeis ao te envolver.

Sou como o filho
       que não se fez,
o espermatozóide que não venceu
       a batalha
       no líquido materno,
       mar bravo.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Boitempo indica leituras de fim de ano!

Recomendações de leitura 2014
Dois mil e crazy, dois mil e catarse, 2014… que ano! A Boitempo preparou uma série de indicações de livros para ler ou presentear os queridos.
Confira abaixo sugestões de nossos funcionários, colaboradores e autores:
A Atualidade da Atualidade da Depressão
Para esta época natalina, repleta de balanços, balancetes e demasiados ajustes de contas com o destino e o mundo, recomendo o livro de Maria Rita Kehl, O tempo e o cão – a atualidade das depressões, que ganhou o prêmio Jabuti de 2010. Para este tempo de distanciamento da pressão e de espera do recomeço, às vezes maníaco do ano-novo, nada melhor que este tempo reencontrado das depressões produtivas e improdutivas. O trabalho da Maria Rita, recém-egressa do brilhante trabalho junto à Comissão Nacional da Verdade, reúne os três movimentos para pensarmos uma psicopatologia crítica, ou seja, uma forte incursão pelas modalidades históricas que construíram nossa atual experiência depressiva do mundo desde sua separação da melancolia, um diálogo transversal com os saberes que universalizam a depressão para a além de sua dimensão patológica, desde a filosofia até a literatura e as artes, terminando pelo retorno ao relato clínico e sua hipótese concernente à experiência do tempo, na fantasia e na posição subjetiva do deprimido.
Discutindo com Alain Ehrenberg, que mostrou porque a depressão é a forma prevalente de mal-estar no enquadramento social do neoliberalismo, e continuando a tradição de crítica da subjetividade inaugurada por Adorno e Benjamin, Maria Rita confirma que há uma psicanálise que consegue dizer mais além de seus próprios muros. Esta analítica do tempo consegue mostrar em ato que a clínica psicanalítica nada mais é do que crítica social feita por outros meios:
“Para este tempo achado, que o sujeito toma para si como momento oportuno (Kairós), o analisando só se torna disponível depois de desprender da posição fantasmática que fazia de seu tempo um movimento de eterno retorno às formas de servidão infantil.”
Boa leitura, para apreciar com moderação, para sorver com cuidado, longe das urgências universitárias.
Christian Dunker, autor
Como vou ministrar um curso de introdução à sociologia clássica no próximo semestre, sinto a necessidade de me atualizar e nada mais recomendável do que o novo livro de Michael Löwy, A jaula de aço: Max Weber e o marxismo weberiano. Como tive a oportunidade de receber Michael na USP no ano de 2012, ocasião em que ele ministrou aulas sobre os temas deste livro, estou familiarizado com o resgate empreendido pelo autor das surpreendentes “afinidades eletivas” anti-capitalistas existentes entre Weber e Marx. Trata-se de uma perspectiva inovadora, principalmente, em relação a Weber, e bastante audaciosa em se tratando de teoria sociológica. Além disso, o livro permite avançar sobre autores, tais como G. Lukács e W. Benjamin, por exemplo, que foram muito influenciados por Weber e cuja contribuição para a reconstrução do marxismo no século XX é verdadeiramente inestimável.
Ruy Braga, autor
Marxismo e Direito: um estudo sobre Pachukanis, de Márcio Bilharinho Naves, desde seu lançamento em 2000 foi um divisor de águas na teoria marxista sobre o direito. Antes de tal obra, muitos ainda trilhavam a ilusão de que reformas jurídicas fossem o meio de, quantitativamente, se chegar ao socialismo. Mas Naves vai às minúcias do pensamento pachukaniano para demonstrar a especificidade do direito no capitalismo. A forma jurídica é espelho da forma mercadoria. O direito, mais ou menos ou diferente, é sempre capitalismo. Já Engels e Kautsky, no primoroso O socialismo jurídico, assim também apontavam no século XIX. Tais reflexões são balizas que fundamentam minhas próprias reflexões, como em Estado e forma política.
Alysson Mascaro, autor
 
Minha indicação não será de um lançamento (embora tenhamos excelentes este ano!), mas de um livro que julgo fundamental, não apenas pelo tema tratado (uma educação revolucionária), mas por ser uma obra acessível, introdutória ao pensamento – por vezes complexo – do grande filósofo húngaro István Mészáros: A educação para além do capital. Nesse pequeno livro, Mészáros afirma que a educação não é um negócio, é criação. Que educação não deve qualificar para o mercado, mas para a vida. O autor ensina que pensar a sociedade tendo como parâmetro o ser humano exige a superação da lógica desumanizadora do capital, que tem no individualismo, no lucro e na competição seus fundamentos. Que educar é – citando Gramsci – colocar fim à separação entre Homo faber e Homo sapiens; é resgatar o sentido estruturante da educação e de sua relação com o trabalho, as suas possibilidades criativas e emancipatórias. E recorda que transformar essas ideias e princípios em práticas concretas é uma tarefa a exigir ações que vão muito além dos espaços das salas de aula, dos gabinetes e dos fóruns acadêmicos. Que a educação não pode ser encerrada no terreno estrito da pedagogia, mas tem de sair às ruas, para os espaços públicos, e se abrir para o mundo. Reflete sobre algumas questões de primeira ordem, tais como: Qual o papel da educação na construção de um outro mundo possível? Como construir uma educação cuja principal referência seja o ser humano? Como se constitui uma educação que realize as transformações políticas, econômicas, culturais e sociais necessárias?
Pequeno em tamanho, é um livro imenso em esperança e determinação. Nele, o pensador marxista condena as mentalidades fatalistas que se conformam com a ideia de que não existe alternativa à globalização capitalista. Em Mészáros, educar não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida. É construir, libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a história é um campo aberto de possibilidades. Esse é o sentido: educar para além do capital implica pensar uma sociedade para além do capital.

Ivana Jinkings, editora
Recomendar livros da Boitempo é fácil! Fazer isso em poucos caracteres é que torna a missão quase impossível! Pra economizar letrinhas, vou me focar nos três lançamentos de estreia do selo Barricada, de HQs, que veio para mostrar que a literatura se renova sempre, em formato e conteúdo. Cânone gráfico, a maravilhosa série, organizada por Russ Kick, da qual acabamos de publicar o primeiro volume, que transporta para a linguagem dos quadrinhos e das ilustrações algumas das mais incríveis histórias escritas desde o começo dos séculos, como o Mahabharata, As mil e uma noites, peças de Eurípides e Aristófanes, romances de cavalaria, sonetos shakesperianos, textos de Benjamin Franklin e muito mais, culminando, neste volume, em As ligações perigosas (só pra dar água na boca, o volume seguinte vai de Kublai Khan a O retrato de Dorian Gray), tudo isso transformado em quadrinhos por gente como Will Eisner, Robert Crumb, Peter Kuper e outros artistas extremamente talentosos. Pra quem gosta de quadrinhos e literatura, mas sabendo que se trata de uma obra em si mesma, não de nenhuma releitura caça-níqueis chatinha. Da alemã Franziska Becker, o álbum Último aviso, com charges selecionadas dessa feminista sagaz e brilhante, capaz de rir de si mesma, do mundo e, pior, de nós leitores, que fechamos o livro com uma imprecisa sensação de que em algum momento já fizemos alguma daquelas coisas ridiculamente humanas. E, por fim, nosso brasileiro, Claun: a saga dos bate-bolas, quadrinho que conta a história dos grupos de foliões mascarados que tomam as ruas do Rio de Janeiro durante o carnaval desde o início do século XX, colorindo a periferia da cidade e fazendo barulho, provocando tumulto e agitando o imaginário dos cariocas – afinal, o carnaval do Rio não se resume às caríssimas celebridades cuidadosamente embrulhadas em anúncios de marcas de cerveja, ele também é contestação, é a época em que, fantasiados, todos podem ser heróis por três dias. A criação e o roteiro são do cineasta Felipe Bragança, a arte é de Daniel Sake, Diego Sanchez e Gustavo Bragança. Divirtam-se!
Bibiana Leme, editora-adjunta
Depois de um ano tão denso do ponto de vista político, social e humano, nada melhor do que recuperar o fôlego tirando uns dias para refletir sobre tudo o que se deu e sobre tudo o que está aí. Bons livros costumam ser os melhores companheiros nessa jornada. E como o tempo é artigo raro mesmo nas férias, recomendo duas leituras breves, pequenos frascos que contêm grandes perfumes, e outra, um pouco mais ampla, de peso histórico.
O ódio à democracia, do filósofo francês Jacques Rancière, numa cuidadosa tradução de Mariana Echalar, pode nos ajudar a entender de onde vem, por exemplo, a absurda grita, em pleno 2014, pela volta do regime militar no Brasil. Em pouco mais de 100 páginas, o autor recua até a Antiguidade clássica e dialoga com pensadores de diferentes épocas para colocar em perspectiva o mal-estar que a palavra democracia vem causando ao longo dos séculos. “Ela não se fundamenta em nenhuma natureza das coisas e não é garantida por nenhuma forma institucional. Não é trazida por nenhuma necessidade histórica e não traz nenhuma. Está entregue apenas à constância de seus próprios atos. A coisa tem por que suscitar medo e, portanto, ódio, entre os que estão acostumados a exercer o magistério do pensamento. Mas, entre os que sabem partilhar com qualquer um o poder igual da inteligência, pode suscitar, ao contrário, coragem e, portanto, felicidade.”
Dando continuidade a essa reflexão, mas num registro um pouco diferente, o economista Marcio Pochmann limpa todo o ranço do senso comum, à direita e também à (pseudo) esquerda, no debate sobre a questão da inclusão social no Brasil do século XXI. Nas quase 150 páginas de O mito da grande classe média, ele nos faz enxergar quanta balela e quanto preconceito há no discurso que quer, a todo custo, enquadrar numa nova classe média a ascensão e o fortalecimento das classes trabalhadoras. Leia com cuidado, especialmente se sua ceia de Natal e de Réveillon estiver rodeada por cozinheiras, empregadas domésticas e babás trabalhando até altas madrugadas em pleno feriado.
E para entender onde tudo isso começou, Trabalhadores, uni-vos!, organizado pelo cientista político italiano Marcello Musto e traduzido por Rubens Enderle (que em 2014 ganhou o Jabuti pela tradução de O capital, Livro I, de Marx), traz os textos originais da Associação Internacional dos Trabalhadores, a I Internacional, que acaba de completar 150 anos. É uma antologia emocionante, da mensagem inaugural – onde se encontra a famosa frase que dá título à obra  – às discussões sobre temas como o trabalho, os sindicatos, as greves, a educação, a Comuna de Paris etc. Tudo demasiadamente atual, como destaca o organizador do volume numa introdução que, além de ser um delicioso banho de história, é um chamado à cidadania. Numa edição caprichada, com uma série de imagens, é, no mínimo, um belo presente de Natal.
Com esses três companheiros de jornada, depois de refletir sobre tudo o que se deu e sobre tudo o que está aí, você certamente vai enxergar com outros olhos tudo o que ainda está por vir. Feliz 2015!
Isabella Marcatti, editora-adjunta
Eu recomendo para as férias a leitura do Cânone gráfico, v.1. Achei muito interessante a ideia de republicar clássicos em quadrinhos. Essa coletânea é ótima para conhecer um pouquinho da literatura de várias partes do mundo. Gostei bastante do que li até agora e adorei as imagens. Não costumo ler quadrinhos, por isso está sendo uma experiência diferente para mim.
Livia Campos, produção gráfica
Em 2012, numa de suas históricas conferências, David Harvey observou quão irrestrita é a criatividade do capitalismo. Não existem limitações para a imaginação deste sistema, que não precisa se preocupar com qualquer princípio ou valor além da perpétua busca pela geração de lucro. Para Harvey, uma das principais causas da dissolução da URSS foi a limitação da criatividade com a qual o socialismo disputava o imaginário social em tempos de guerra fria – a esquerda tem, portanto, o dever de elaborar em novos termos seus discursos e suas bandeiras. Este é o argumento central do artigo “Marxismo e fantasia” (publicado na Margem Esquerda 23) e também a base da militância estética de China Miéville – um dos maiores nomes da ficção científica e do pensamento marxista da atualidade, que temos o prazer de começar a publicar no Brasil este ano. A esquerda precisa abraçar o pensamento fantástico (do que mais são feitas as utopias, os ‘outros mundos possíveis’ e a própria crítica negativa?), superar os vícios culturais elitistas de nossa sociedade e exercitar o pensamento para além dos caminhos que estão dados. Confesso estar apaixonado por essas armas da crítica defendidas por Harvey e Miéville, razão pela minha recomendação não poderia ser outra: A cidade & a cidade, romance de Miéville que pratica ficcionalmente a crítica dos processos urbanos contemporâneos pela qual Harvey se tornou tamanha referência.
Kim Doria, divulgação e eventos
Li recentemente Tempos difíceis, de Charles Dickens, e me encantei. A história parece falar de tempos idos, mas é atualíssima: a exploração, a degradação do meio ambiente, os políticos que parecem viver em outro mundo, as bizarrices que se cometem em nome do status… Dickens é sempre envolvente, mas largar desse livro não é uma tarefa fácil.
Mariana Echalar, tradutora
Eu recomendo a leitura do trabalho de Ludmila Costhek Abílio em Sem maquiagem, que parte de um estudo sério e aprofundado sobre o cotidiano das revendedoras de cosméticos, leva à reflexão não apenas sobre os novos mecanismos de opressão do proletariado contemporâneo, mas também lança um olhar atento para as mulheres dentro desse novo contexto. Pesquisa sensível, é voltada ao trabalho das revendedoras de cosméticos, sem, no entanto, ser um trabalho de gênero, uma vez que fomenta a visibilidade de contextos trabalhistas que, sob a égide do progresso, são naturalizados como “formas alternativas de trabalho”, sem problematização dos mecanismos que os movem. Também amo o Profanações do Agambem. Bom, na verdade, Boitempo é amor <3 span="">
Luciana Lima, revisora
Minha recomendação para este fim de ano é Último aviso, da cartunista alemã Franziska Becker. Franziska tem uma forma muito própria de apresentar situações cotidianas, com as quais todos nós nos identificamos, sempre com humor e um olhar ácido bastante divertido e provocador. Por isso, Último aviso combina bem com esta época do ano: é uma leitura deliciosa que, ao mesmo tempo, nos convida a refletir sobre questões de gênero, consumo, política e vários outros temas. Além disso, trata-se do primeiro título do selo Barricada, ótima iniciativa da Boitempo neste 2014 que chega ao fim. E que venham mais novidades em 2015!
Mariana Tavares, revisora

sábado, 27 de dezembro de 2014

Os 100 Melhores Poemas Internacionais do Século XX



1º A Terra Desolada (The Waste Land), de T.S. Eliot (1888-1965) – Nascido nos EUA, Eliot se sentia culturalmente ligado à Europa, tendo morado em Londres a maior parte da vida. Além de poeta, foi ensaísta e dramaturgo, tendo recebido o Nobel em 1948. No ano de 1922 publicou este poema-marco da literatura do século, em que constrói uma cerrada rede de referências à tradição literária européia na descrição de um continente devastado por um processo de desagregação que vinha desde o Renascimento.”Poesia”, trad. de Ivati Junqueira, Nova Fronteira.

 Tabacaria, de Fernando Pessoa (1888-1935), sob o heterônimo de Álvaro de Campos – O poeta português é autor da mais original criação poética deste século, a heteronímia, ou seja, a criação de múltiplas personalidades poéticas com vida pessoal e espiritual própria. Campos é, segundo Pessoa, um engenheiro formado em Glasgow (Inglaterra). Vivendo integralmente os conflitos da modernidade, é o mais inquieto e exaltado dos heterônimos.”Obra Poética”, Nova Aguilar; “Ficções do Interlúdio”, Companhia das Letras.

3º O Cemitério Marinho (Le Cimetiêre Marin), de Paul Valéry (1871-1945) – Valéry foi grande ensaísta e se via sobretudo como um homem devotado à inteligência. Daí viria sua relação tensa com a poesia que o tomaria um “poeta-não poeta”, na expressão de Augusto de Campos. “Cemitério Marinho” é a prova cabal do acerto de um de seus aforismos, que diz que poema é aquilo que não pode ser resumido.”O Cemitério Marinho”, trad. de Jorge Wanderley, Max Limonad.

4º Velejando para Bizâncio (Sailing to Byzantium), de William Butler Yeats (1865-1939) – O poeta e autor teatral irlandês recebeu o Nobel de 1923. Da plena maturidade são seus poemas mais citados, como este “Velejando para Bizâncio”, no qual a velhice e a morte, confrontadas com a permanência da arte, se vêem transfiguradas num espaço mítico além da vida.”W.B. Yeats – Poemas”, trad. de Paulo Vizioli, Companhia das letras.

5º Hugh Selwin Mauberley, de Erza Pound (1885-1972) – Este poema escrito em 1920 é o trabalho longo de leitura mais fluente do autor, já que é em grande parte escrito em forma mais tradicional e tem um eixo narrativo claro, o dos descaminhos do poeta americano E.P. e de seu duplo britânico, Mauberley, ameaçados de esterilidade artística. ”Poesia”, trad. de Augusto de Campos, Hucitec.

6º Pranto por Ignacio Sánchez Mejías (Llanto por Ignacio Sánchez Mejías), de Federico García Lorca (1899-1936) -Lorca foi tanto o poeta popular do “Romanceiro Gitano” (1928) quanto àquele que se horrorizou, fascinado, diante da metrópole, em ”O Poeta em Nova York”, publicado postumamente em 1940. Foi assassinado aos 38 anos pelos franquistas no início da Guerra Civil Espanhola.”Obra Poética”, trad. de William Agel de Mello, Martins Fontes.

7º Elegias de Duíno (Duineser Elegien), de Rainer Maria Rilke (1875-1926) – Nascido em Praga, levou uma vida aristocrática, patrocinado pela nobreza européia. As ”Elegias de Duíno” emprestam seu nome do castelo próximo a Trieste onde começaram a ser compostas nos anos de 1910-1912. Só foram concluídas mais de dez anos depois.”Elegias de Duíno”, trad. de José Paulo Paes, Companhia das Letras.

8º À Espera dos Bárbaros, de Konstantinos Kaváfis (1863-1933) – O mais importante poeta grego deste século nasceu em Alexandria, no Egito, e morou na Inglaterra. Em “A Espera dos Bárbaros”, poema ao mesmo tempo político e ontológico, aparece a duração de um espaço em que nada se faz porque os bárbaros atacarão.”Poemas”, trad. de José Paulo Paes, Nova Fronteira. 

9º Zona (Zone), de Guillaume Apollinaire (1880-1918) – Poeta francês e patriota, apesar de nascido em Roma, teve uma biografia acidentada, que inclui participação voluntária como soldado na Primeira Guerra. Em “Zona” (1913), Apollinaire elimina a pontuação e cria um ritmo nervoso; abole o que faz um canto de louvor à modernidade.”Alcools”, Gallimard, 34 francos.

10º Mensagem, de Fernando Pessoa (1888-1935) – Pessoa ele mesmo nasceu em Lisboa e passou seus anos de formação na África do Sul. Dos vários livros projetados e até efetivamente escritos por ele, ”Mensagem” (1934) foi o único publicado em vida.”Obra Poética”, Nova Aguilar. ”Mensagem”, Companhia das Letras.

11º A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock (The Love Song of J. Alfred Prufrock), de T.S Eliot (1888-1965) – Publicado pela primeira vez em 1915 numa revista literária de Chicago, abriria o primeiro livro de Eliot, de 1917.”Poesia”, trad. De Ivan Junqueira, Nova Fronteira.

12º Quatro Quartetos, de T.S. Eliot – “Poesia”, trad. de Ivan Junqueira, Nova Fronteira.

13º Cantos, de Ezra Pound – “Cantos&p;p;ammp;quuot;, trad. de José Lino Grünewald, Nova Fronteira .

14º Em Meu Ofício ou Arte Taciturna, de Dylan Thomas (1914-1955) – Nasceu no País de Gales, trabalhou como repórter. Sua poesia, às vezes de tom religioso, revisita temas como a infância e a morte. “Poemas Reunidos” (1934-1953), trad. de Ivan Junqueira, José Olympio.

15º O Cão sem Plumas, de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) – Quando escreveu este poema, no final da década de 40, Cabral julgou que seria o último. O fluxo das memórias e o do rio Capibaribe se fundem nele para fazer um retrato tenso e novo do Recife. – “O Cão sem Plumas”, Nova Fronteira.

16º Quarta-Feira de Cinzas de T.S.Eliot, “Poesia”, trad. de Ivan Junqueira, Nova Fronteira.

17º Noite Insular, Jardins Invisíveis, de Lezama Lima (1910-1976) – Poeta cubano, fundador da revista “Verbum”, em 1937. Em 1959, foi nomeado por Fidel Castro diretor do departamento de literatura e publicações do Conselho Nacional de Cultura. E autor do romance ”Paradiso” (1966), lançado no Brasil em 1987. Publicou também os livros de poemas “Morte de Narciso” (1937) e “Inimigo Rumor” (1941).”Poesia Completa”, Alianza Editorial, 3.562 pesetas (Espanha).

18º Campo de Flores, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) – Desde sua estréia, em 1930, com “Alguma Poesia”, Drummond se tornou poeta central para a literatura brasileira. Fechando a segunda seção de “Claro Enigma” (1951), “Campo de Flores” fala do tema do amor na maturidade. – “Claro Enigma”, Record.

19º – Blanco, de Octavio Paz (1914-1998) -Prêmio Nobel de 1990, o mexicano Octavio Paz é o único poeta que tem a mesma dimensão internacional dos ficcionistas latino-americanos. Como poeta, publicou ”Pedra de sol”, que, entre outros temas, revisita sua participação na Guerra Civil Espanhola e a experiência poética múltipla deste ”Blanco”. – ”Transblanco”, trad. de Haroldo de Campos, Siciliano.

20º Leda e o Cisne, de William Butler Yeats – ”Poemas”, trad. de Paulo Vizioli, Companhia das Letras.

21º Jubileu, de Vladímir Maiakóvski (1893-11111930) – Nascido na Geórgia, Maiakóvski foi um entusiasta da Revolução Russa, enfrentando o desafio de escrever uma poesia engajada e ao mesmo tempo inovadora e pessoal por meio da ”linguagem da rua”. Suicidou-se seis anos após escrever ”Jubileu”. – ”Maiakóvski”, trad. de Haroldo de Campos, Perspectiva.

22º Orfeu. Eurídice. Hermes, de Rainer Maria Rilke – ”Rilke: Poesia-Coisa”, trad. de Augusto de Campos, Imago.

23º Esboço de uma Serpente, de Paul Valéry — “Poésies”, Gallimard, 34 francos (França).

24º Manhã, de Giuseppe Ungaretti (1888-1970) – Na juventude lutou na Primeira Guerra. viveu no Brasil entre 1937 e 1942, tendo sido professor da USP. Obra-prima na captação de um momento num poeta que deseja uma poesia reduzida ao mínimo de palavras, eis todo o poema ”Manhã”, na tradução de Haroldo de Campos: ”Deslumbro-me/ de imenso”. Publicou, entre outros, ”Sentimento do Tempo” (1930), e ”A Dor” (1947).- ”Vita d’ un Uomo – Tutte le Poesie”, Mondadori, 24.00000 liras (Itália).

25º Os Doze, de Aleksandr Blok (1880-1921) — Filho de intelectuais, Blok é considerado o grande poeta simbolista russo. A partir da fracassada revolução de 1905, sua poesia ganhou um realismo que se vê em ”Os Doze” (1918) e que descreve a marcha de 12 soldados sobre a cidade. – ”Poesia Russa Moderna”, trad. de Boris Schnaiderman e Haroldo de Campos.

26º O Fogo de Cada Dia, de Octavio Paz (1914-1998) – ”Obra Poética (1935-1988)”, Seix Barral, 3.800 pesetas (Espanha).

27º Sutra do Girassol, de Allen Ginsberg (11111926-1997) – Neste poema, Ginsberg fala de si ao laadoo de seu companheiro de geração ”beatnik”, Jack Kerouac (1922-1969). Sua linguagem torrencial, cheia de referências pessoais, da conta do que é típico em Ginsberg, que criou celeuma já com seu livro de estréia, ”Uivo e Outros Poemas” (1956), cujo poema-titulo chegou a ser proibido por obscenidade. – “Uivo, Kaddish e Outros Poemas”, trad. de Cláudio Willer, L&PM.

28º Romanceiro Gitano, de Federico García Lorca – “Obra Poética Completa”, trad. de WiIliam Agel de Mello.

29º Poema do Fim, de Marina Tzvietáieva (1892-1941) – Nome central da moderna poesia russa e européia, colocou-se em sua poesia contra a Revolução Russa e, mais tarde, contra o fascismo. Ao ver o marido ser fuzilado e a filha mandada para um campo de concentração, suicidou-se. – Poemas da autora saíram em ”Poesia Sempre” n. 7, em trad. de Augusto e Haroldo de Campos (Fundação Biblioteca Nacional, fax 0/xx/2l/220-4173).

30º Ode Marítima, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa – ”Ficções do Interlúdio”, Companhia das Letras; ”Obra Poética”, Nova Aguilar.

31º A Pantera, de Rainer Maria Rilke – ”Rilke: Poesia-Coisa”, trad. de Augusto de Campos, Imago.

32º As Jovens Parcas, de Paul Valéry – ”Linguaviagem”, trad. de Augusto de Campos, Cia. das Letras.

33º A Torre, de William Butler Yeats – ”The Tower”, Pengum, 3,99 libras (Reino Unido). Uma tradução de Augusto de Campos para o poema foi publicada no Mais! em 14/6/98.

34º Xenia, de Eugenio Montale (1896-1981) – Ganhador do Nobel de 1975, o poeta italiano desejou ser cantor lírico, mas foi impedido pela Primeira Guerra. Sua poesia às vezes se aproxima da prosa, tal o uso que faz de elementos não-poéticos. – ”Poesias”, trad. De Geraldo Holanda Cavalcanti, Record.

35º A Segunda Vinda, de William Butler Yeats – “Poemas”, trad. de Paulo Vizioli, Companhia das Letras.

36º A Enguia, de Eugenio Montale (1896-19811111) – “Poesias”, trad. de Geraldo Holanda Cavalcanti, Record.

37º De Todas as Obras, de Bertolt Brecht (11111898-1956) – O principal interesse do escritor alemmão foi o teatro, que revolucionou, mas escreveu poesia por toda a vida. – “Poemas – 1913-1956″, trad. de Paulo César Souza, Brasiliense.

38º Cortejo, de Guillaume Apollinaire “Oeuvres Poétiques Complétes”, Gallimard, 290 francos (França).

39º Stretto, de Paul Cela (1920-1970) -Poeta romeno de expressão alemã, Celan chegou a ser preso num campo de concentração. Suicidou-se em Paris. – “Cristal”, trad. de Claudia Cavalcanti, Iluminuras.

40º brIlha, de e.e. cummings (1894-1962) – O lado mais conhecido de sua poesia está nos poemas em que trabalha com a tipografia, decompondo as palavras e introduzindo uma série de sinais, em especial parênteses. – “Poem(a)s”, trad. de Augusto de Campos, Francisco Alves.

41º Trilce, de Cesar Vallejo (1892-1938) – OOO peruano Vallejo teve a marca simbolista típica de sua geração na juventude. Posteriormente, notabilizou-se por sua poesia de cunho social, mas jamais abriu mão do impulso experimental, visível neste “Trilce” (1922). – “Trilce”, Cátedra, 1.142 pesetas (Espanha).

42º Altazor, de Vicente Huidobro (1893-1947) – Chileno, Huidobro viveu em Paris e Madri. “Altazor” é um longo poema em que se mostra bem, em invenções vocabulares e livres associações, o caráter experimental de sua poesia. – ”Altazor e Outros Poemas”, trad. De Antônio Risério e Paulo César de Souza, ArtEditora.

43º Fragmento, de Miklos Radnoti (1909-1944) – Em seu país, a Hungria, Radnoti é um mártir do Holocausto, já que foi fuzilado pelos nazistas. – Pode ser encontrado em inglês, em ”Foamy Sky – The Major Poems of Miklos Radnoti”, trad. de Frederick Turner e Zsuzsanna Ozsvath, Books on Demand.

44º Dói Demais, de Attila József (1905-1937) – Húngaro, foi membro do então ilegal Partido Comunista e disse sobre si mesmo ser o poeta do proletariado. Fez de sua mãe, uma lavadeira, símbolo da classe trabalhadora. – Pode ser encontrado em inglês, em ”Winter Night”, trad. de John Batki, Oberlin College Press.

45º No Túmulo de Christian Rosencreutz, de Fernando Pessoa – ”Obra Poética”, Nova Aguilar.

46º Ode Inacabada à Lama, de Francis Ponge (1899-1988) – Poeta francês que buscou afastar a poesia do eu, aproximando-a dos objetos. O mais conhecido de seus livros é ”O Parti-Pris das Coisas” (1942). – ”Oeuvres Complétes”, Gallimard, 390 francos (França).

47º O Torso Arcaico de Apoio, de Rainer Maria Rilke – Não há tradução brasileira disponível. (

48º Os Passos Longínquos, de César Vallejo (1892-1938) – ”Obra Poética Completa”, Alianza, 2.010 pesetas (Espanha).

49º El Hombre, de William Carlos Williams (1883-1963) – O poeta norte-americano foi escritor político, autor de peças, contos e romances, além de poemas. ”Poemas”, trad. de José Paulo Paes, Companhia das Letras.

50º Meus Versos São de Chumbo, de Jaroslav Seifert (1901-1986) – Foi o primeiro autor tcheco a ganhar, em 1984, o Prêmio Nobel. Há outros poemas do autor na antalogia ”Céu Vazio”, trad. De Alksandar Jovanovic, Hucitec.

51º A Máquina do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade – ”Claro Enigma”, Record.

52º A Ponte, de Hart Crane (1899-1932) – Escrito em 1930, este poema longo em 15 partes é a tentativa de fazer um épico moderno que celebrasse o poder humano de reunir passado e presente. – ”Complete Poems of Hart Crane”, W.W. Norton.

53º Dia de Outono, de R. M. Rilke – ”Poemas”, trad. José Paulo Paes, Companhia das Letras.

54º Treze Maneiras de Olhar para um Melro, de Wallace Stevens (1879-1955) – Um dos mais importantes poetas norte-americanos, sua poesia é numas vezes discursiva, noutras bem concisa. – ”Poemas”, trad. de Paulo Henriques Brito, Companhia das Letras.

55º Domingo de Manhã, de Wallace Stevens – “Poemas”, Companhia das Letras.

56º Sonetos a Orfeu, de R. M. Rilke “Poemas” – Companhia das Letras.

57º Vigília, de Giuseppe Ungaretti – Em “Poesia Alheia”, trad. Nelson Ascher, Imago.

58º Perfil Grego, de Iannis Ritsos (1909-1990) – Comunista, o poeta grego foi preso pelos nazistas; depois, sua militância política lhe custaria o exílio. Há outros poemas do autor em “Gaveta do Tradutor”, trad. de José Paulo Paes, Letras Contemporâneas.

59º Poema dos Dons, de Jorge Luis Borges (1899-1986) – O grande autor do “boom” lattinno-americano, o argentino é muito mais lembrado por seus contos do que por sua refinada poesia. – “Obras Completas”, vol. 2, trad. de Josely Vianna Baptista, Globo.

60º O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa – Segundo Pessoa, Caeiro nasceu em 1889 e era um homem inculto que sempre viveu numa aldeia. E reconhecido como o mestre dos outros heterônimos e do próprio Pessoa. – ”Ficções do Interlúdio”, Companhia das Letras.

61º Nalgum lugar em que nunca estive, de e. e. cummings (1894-1962) – ”Poem(a)s”, trad. de Augusto de Campos, Francisco Alves.

62º Omeros, de Derek Walcott (1930) – Poeta caribenho de expressão inglesa, ganhador do Nobel em 1992, procura criar uma arte que dê conta da fusão cultural de sua região. – ”Omeros”, trad. de Paulo Vizioli, Companhia das Letras.

63º Degraus, de Hermann Hesse (1877-1962) Autor do romance ”Lobo da Estepe” (1927), como poeta não dispensou um certo sentimentalismo ao explorar temas como a infância, a solidão. Ganhou o Nobel em 1946. – ”Gesammelte Werke”, Suhrkamp, 148 marcos (Alemanha).

64º A Serguei Iessiênin de Vládimir Maiakóvski (1893-1930) – ‘Poemas”, Perspectiva.

65º O Duro Cerne da Beleza, de William Carlos Williams – “Poemas”, trad. José Paulo Paes, Companhia das Letras.

66º – Sestina: Altaforte, de Ezra Pound “Poesia”, Hucitec.

67º – Argumentum et Silentio, de Celan “Gesammelte Werke – Gedichte”, Suhrkamp, 49,80 marcos (Alemanha).

68º- Encantação pelo Riso, de Vielimir Klebnikov (1885-1922) – Poeta russo considerado o líder do cubo-futurismo. – “Poesia Russa Modema”, Brasiliense.

69º Anabase, de Saint-John Perse (l887-1975) – Pseudônimo do diplomata francês Alexis Léger. Teve sua nacionalidade cassada na Segunda Guerra quando foi viver nos EUA. Só regressou a seu país em 1957. Ganhou o Nobel em 1960. ”Éloges”, Gallimard.

70º Voz a Ti Devida, de Pedro Salinas (1892-1951) – O poeta espanhol notabilizou-se com seus poemas de amor. – ”Voz a Ti Debida”, Losada, 617 pesetas.

71º Réquiem, de Ana Akhmátova (1888-1966) Fundadora do acmeísmo, corrente que se situa entre o simbolismo e o futurismo, a poeta russa foi considerada decadente durante a época do ”realismo socialista”. Sua poesia refinada e melancólica, mostra-se inteira em ”Réquiem”, um conjunto de pequenos poemas escritos entre 1925 e 1930. – ”Réquiem e Outros Poemas”, Art Editora.

72º As Janelas, de Apollinaire – ”Oeuvres Poétiques Complètes” (Gallimard).

73º A Ponte Mirabeau, de Guillaume Apollinaire – “Oeuvres Poétiques Complètes”.

74º Oxford, de W.H. Auden (1907-1973) – O poeta britânico compartilhou com T.S. Eliot o pessimismo sobre o presente, mas não celebrou o passado: sendo homem da esquerda, viu o futuro com os olhos da utopia. Tematizou o amor homossexual e a religião. – ”Poemas”, trad. de José Paulo Paes, Companhia das Letras.

75º Em Memória de Yeats, de W.H. Auden – ”Poemas”, Companhia das Letras.

76º Briggflatts, de Basil Bunting (1900-1985) – E o poeta inglês mais conhecido nos Estados Unidos. Só se projetou em seu país aos 66 anos, com ”Briggflatts”, poema autobiográfico em que procurou explorar os aspectos linguísticos e antropológicos de sua região natal. – ”The Complete Poems”, Oxford University Press, 11,99 libras (Reino Unido).

77º No Centenário de Mondrian, de João Cabral de Melo Neto – ”Obra Poética”, Nova Aguillar.

78º Serpente, de D.H. Lawrence (1885-1930) — O ficcionista, crítico e poeta inglês ficou conhecido por romances como – ”Filhos e Amantes” (1913) e ”O Amante Lady Chatterley” (1928), processado como pornográfico. A divulgação de sua melhor poesia se fez postumamente. – ”The Complete Poems”, Penguim.

79º Áporo, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) – ”A Rosa do Povo”, Record.

80º Dizer Tudo, de Paul Éluard (1895-1952) — Na adolescência, o francês Éluard teve tuberculose e foi companheiro de tratamento e de leitura de poesia do brasileiro Manuel Bandeira num sanatório na Suíça. Foi um dos grandes mestres do surrealismo. – ”Oeuvres Complètes 1913-1953″ (2 vols.), Gallimard, 700 francos (França).

81º Liberdade, de Paul Éluard (1895-1952) – Em ”Gaveta do Tradutor”, trad. de José Paulo Paes, Ed. Letras Contemporâneas.

82º Morte sem Fim, de José Gorostiza (1901-1973) – O poeta mexicano preferiu, de maneira geral, o poema curto, mas este ”Morte sem Fim” (1931) é um texto longo em que reaparecem as grandes essências que ele mesmo definiu como suas prediletas amor, morte, Deus. – ”Poesia Completa”, Fondo de Cultura Economica, 2.284 pesetas (Espanha).

83º Romance Sonâmbulo, de Federico García Lorca – ”Obra Poética Completa”, Martins Fontes.

84º Pedra de Sol, de Octavio Paz – ”Pedra de Sol”, Guanabara 

85º Autopsicografia de Fernando. Pessoa – ”Obra Poética”, Nova Aguilar.

86º Os Cisnes Selvagens de Coole, de William Butler Yeats – ”Poemas”, Companhia das Letras.

87º Canção do Mal-Amado, de Guillaume Apolinaire – ”Oeuvres Poétiques Complètes” (Gallimard).

88º Sobre a Poesia Moderna, Wallace Stevens – ”Poemas”, Companhia das Letras.

89º Sobre o Pobre BB, de Bertold Bretcht – Em ”Poesia Alheia”, trad. De Nelson Ascher, Imago.

90º Tristia, de Óssip Mandeistam (1891-1938) – Nasceu em Varsóvia e, muito jovem, esteve em Paris, aproximando-se do simbolismo francês. Mais tarde, tornou-se participante de destaque do acmeísmo.Há outro poema do autor na revista ”Poesia Sempre” nº 7, abril/99, trad. de Haroldo de Campos (Fundação Biblioteca Nacional, fax 0/xx/211220-4173).

91º Miniatura Medieval, de Wislawa Szymbosrka (1923) – A escritora polonesa ganhou o Prêmio Nobbel de 1996. Estreou em 1952 com ”Por Isso Vivemos” e pertence a uma rica geração de artistas poloneses, entre os quais se inclui o cineasta Andrzej Wajda. – Há outros poema do autora em ”Poesia Alheia” (Imago) e na antologia ”Céu Vazio” (Hucitec).

92º Fuga sobre a Morte, de Paul Celan ”Cristal”, trad. de Claudia Cavalcanti, Iluminuras.

93º Ode ao Rei do Harlem, de Federico García Lorca – ”Obra Poética Completa”. M. Fontes.

94º Dispersão, de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) – Apesar de ter se suicidado com apenas 26 anos, pôde escrever o suficiente para ser o principal autor português do início do século, ao lado de Fernando Pessoa.”Poesia”, Iluminuras. – “Obra Poética”, Nova Aguilar.

95º Os Peixes, de Marianne Moore (1887-1972) – Norte-Americana, foi professora universitária. Virtuose da versificação, trabalhou com a decomposição dos versos e da sintaxe. – “Poemas”, trad. de José Antonio Arantes, Companhia das Letras. 

96º Provérbios e Cantares, de Antonio Machado (1876-1939) – Nascido em Sevilha, passou seus anos de formação em Madri. A extrema simplicidade formal da poesia de Machado esconde, porém, uma grande complexidade. – “Poesias Completas”, Espasa Calpe, 1.005 pesetas (Fspanha).

97º As Ratazanas, de Georg Traki (1887-1914) – O austríaco foi um expressionista que enlouqueceu com os horrores da Primeira Guerra, na qual serviu como enfermeiro. – “Poemas à Noite”, trad. de Marco Lucchesi, Topbooks. 

98º A Outra Tradição, de Josh Ashberry (1927) – Poeta americano que pertenceu à chamada Escola de Nova York. Sua poesia é auto-referencial e expressa uma visão de mundo cética, mas que não perde o humor.Há outro poema do autor em ”Poesia Alheia”, trad. de Nelson Ascher, Imago.

99º Acalanto, de Elizaheth Bishop (1911-1979) – A escritora norte-americana viveu no Brasil em Ouro Preto e no Rio de Janeiro por 16 anos. Além de poesia, escreveu contos, memórias e tem uma rica obra em cartas.”Poemas”, trad. de Horácio Costa, Companhia das Letras.

100º Homem e Mulher Passam pelo Pavilhão de cancerosos, de Gottfried Benn (1886-1956) – A poesia inicial deste autor alemão é expressionista. Sua poesia madura, como a reunida no volume “Poemas Estáticos” (1948), é hermética e niilista. – Em ”Poesia Alheia”, Imago.