Aos Mestres, com carinho!

Aos Mestres, com carinho!
Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

sábado, 8 de outubro de 2016

No Cabaré-Verde às cinco horas da tarde, poema de Arthur Rimbaud

 

Depois de oito dias, larguei as botinas
Pelo caminho. Eu entrei em Charleroi.
— No Cabaré-Verde: pedi torradas finas,
Manteiga e presunto, que é frio o lugar.

Feliz, estiquei as pernas sob a mesa
Verde: e contemplei os toscos motivos
Da tapeçaria. — E foi uma beleza
Quando a vi, enormes tetas, olhos vivos,

É ela! Não é um beijo que a apavora!
Risonha, trouxe a refeição na hora,
O presunto tostado, num belo prato,

O presunto róseo e branco perfumado
Pelo alho — e encheu-me o copo ávido
De espuma brilhante como um raio de sol.


Tradução de Claudio Daniel