dentes
tortos,
corrigi-los:
Custa
o
marfim dos elefantes.
Não
vou satisfazer
a
tola
estética
do mundo.
Quem
me ama,
ama
e goza
inteira
até
com meus dentes tortos.
São
tortos,
sim,
como
minha infância
torta.
Como
torta é a pobreza
que
ninguém olha
e
segue ela
mastigando
a vida.
Iam
eles
desalinhando
à
medida
que
me mandavam engolir
o
choro
quente,
pois
quentinho já estava
o
meu couro.
Antes
de
engolir,
eu
mastigava com toda raiva
todas
as palavras.
que
não podiam ser ditas.
Só
ditas,
bem
ditas,
no
baixinho do confessionário.
Lá,
longe
do inferno do lar,
eu
as vomitava
com
medo de viver
dois
infernos
paralelos:
o
do céu
e
o da Terra.