Minha infância
foi entre becos
E esquinas daquela localidade.
Foi à ntumbelelwana e pidjonsa
À mathocozana e neca
Foi a zotho, marabenta e xithuqueta.
E esquinas daquela localidade.
Foi à ntumbelelwana e pidjonsa
À mathocozana e neca
Foi a zotho, marabenta e xithuqueta.
Minha infância foi à
mafura
E ananás no Dezembro
O cajú no Fevereiro
E no Agosto a massala
Foi à manga verde com sal.
E ananás no Dezembro
O cajú no Fevereiro
E no Agosto a massala
Foi à manga verde com sal.
Foi assaltando
a laranjeira do vizinho
Foi sugando latinhas de leite
Que mamã usava para fazer os bolos
Que vendia na esquina.
Foi sugando latinhas de leite
Que mamã usava para fazer os bolos
Que vendia na esquina.
Minha infância
foi à caça do passarinho e gafanhoto
Assados sobre a lenha que ardia
Alimentos perfeitos para revolucionar
O estômago na meninice.
Assados sobre a lenha que ardia
Alimentos perfeitos para revolucionar
O estômago na meninice.
Minha infância
foi furtando
A caneta do colega
Foi arrancando o lanche dos menos selvagens
Foi à lutas do elo mais forte.
A caneta do colega
Foi arrancando o lanche dos menos selvagens
Foi à lutas do elo mais forte.
E nas noites,
à volta da fogueira
Os nkaringana wa nkaringana
Que davam pesadelos
E afugentavam o sono.
Os nkaringana wa nkaringana
Que davam pesadelos
E afugentavam o sono.
Ai minha
infância...
Única e inconfundível
Típica de quem vive aprontando
Única e inconfundível
Típica de quem vive aprontando