Morei na cidade do Cabo de Santo Agostinho, dos
sete aos doze anos, litoral sul de Pernambuco, cidade da qual faz parte a praia
de Gaibu - hoje totalmente desfigurada pelo "progresso" -, que é um tema recorrente em meus poemas.
Pois bem, naquela época
haviam muitas festas de rua, às quais aguardávamos com muito ansiedade.
Era um
programão e tanto para os pré-adolescentes, com seus hormônios vulcânicos em
ebulição, detre estes, eu.
Nestas festas sempre haviam as rádios improvidas que tocavam músicas para
alegrar as brincadeiras.
Podíamos, inclusive, a um preço bem módico, solicitar uma
música é dedicá-la a uma menina pelo qual estávamos apaixonados e que a timidez
não nos permitia, cara a cara, fazer uma declaração.
Suávamos, de ansiedade, esperando a
música escolhida, com a dedicatória - de fulano para sicrana-, tocar e ver a reação da nossa amada.
Pois, bem, estamos novamente em uma "festa", para a qual o povo não foi
convidado.
Existe um golpe, em pleno vigor em nosso país, financiado pelos rentista internacionais, com o auxílio da nossa elite racista e parasitária, e o povo
vai pagar a conta, uma conta muito salgada.
Dedico esta música, não com amor, mas, com ódio e desprezo, ao STF golpista, traidor da pátria e apodrecido.
Quando um dia vier uma revolução deveremos extirpar esses cânceres, herança da ditadura fascista de 1º de abril de 64 e, criar novas instituições democráticas que tenham por objetivo o bem estar de todos e não apenas de castas.
Saudades da minha infância. Tristes dias estamos vivendo.