Estou pronto para a
luta,
a luta a(r)mada.
Cinquenta e três anos,
de indignação e
álcool,
são um fermento e
tanto.
O recado está dado.
Convoquem-me, sou
soldado.
Convoco-vos!
Não tenho armas senão
as palavras,
o coração, a vontade e
as mãos,
que mesmo limitadas
pela pólio
têm sede de justiça.
Faltam-nos alimentos e
munição? Mas,
sobram-nos a vontade e
a fraternidade.
O homem não vive só de
pão,
- embora sem o pão
morra -
mas, também de poesia
e sonho.
O sonho é a matéria
mais importante do universo.
Na luta, nos
superamos, somos a maioria.
Um irmão mais um
irmão,
um operário mais um
operário,
um injustiçado mais um
injustiçado,
são sempre mais
que dois.
Eles têm medo, e nós
não.
Os burgueses, os
militares – não nacionalistas –, os rentistas,
Tremem diante da
multidão.
Os reis tremem e são
guilhotinados.
Os banqueiros fogem
feito cães.
Os militares
nacionalistas, diante da luta justa,
reforçam nossas
trincheiras.
Não ter medo da morte
é uma vantagem
para quem só pensa nas
recompensas
do dinheiro e do
poder.
O canto está cantado.
O poema está feito.
Estamos todos alertas!
Os líderes são os
trabalhadores explorados.
Avente exércitos!
Tentaremos, mais uma
vez e sempre,
enquanto sonhos
existirem,
mesmo que uma nova
derrota adie o novo mundo socialista:
que os fascistas não
passem.
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