Vai
Caminha
sobre as águas
Transforma
as tuas mágoas
Em
gaivotas azuis sobre o mar
Joga
as cinzas, todas as cinzas
Nos
túmulos dos verdugos
Que
hoje nasceu a paz.
Prende
a tua dor entre as ruínas
Ergue
duas colunas de vidro entre as colinas
Que
nas catedrais em que se enfraquecem os sonhos
Há
fortalezas de homens e mulheres oásis.
Deixa
que esta nuvem de açucenas
Conduza
este corsário que voa
Como
galo de rinha em arco e flecha
Porque
na fragrância flagrante de teus olhos
Há
uma sombra que assombra as minhas pedras.
Levanta
Sob
os acordes das trombetas
E
na bênção dos seios maternos
Rasga
o véu que esconde os teus desejos
Porque
as mãos que seguram o medo
Não
exorcizarão jamais esta calma assassina.
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