Publicado originalmente em 07 de março de 2011, no Claudicando
É Carnaval.
Estou
recluso em casa.
Com a idade
os medos aumentam: medo de multidão.
Além do que
os acessos aos pontos de brincadeira não são fáceis para quem, como eu, é
portador de alguma deficiência física.
O calor tá grande
em Recife; a vontade de ouvir um frevo, ver pessoas e pular é enorme; gigante,
feito um boneco de Olinda; infinita feito a esperança de um mundo socialista.
Conforto-me
ouvindo velhas canções dos eternos carnavais, Capiba, Nelson Ferreira, Antônio
Maria, Getúlio Cavalcanti...
Usando
sombrinhas no lugar de bengalas; usando cerveja no lugar de lança-perfume;
usando a imaginação no lugar das pernas, vou passeando pelo meu quadragésimo
nono carnaval.
Lembranças
das matinês em Carpina, na proteção de meu pai.
Lembranças
dos desfiles das “Sedutoras” em Gaibu.
As mulheres
lindas que desfilavam em Olinda na Rua do Sol...
O tempo
passa, passam os carnavais, novas canções, velhos desejos e o eterno conforto
do deus Baco e sua poesia.
Evoé!
(Itárcio
Ferreira)
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