"Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação." (Mário Quintana)
Aos Mestres, com carinho!
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
A CARNE
Paixões da carne a queimar feito o fogo da Inquisição,
feito as bombas de napalm nos Vietnãs.
Teu corpo aberto no meu corpo,
dois corpos e um só dono desejo.
Noites,
lembranças,
teu cheiro,
insônia, copos de vinho barato
e essa música de violino que nada me lembra ou diz.
Carnes frescas e frias
como a desse bife sangrando
ou as tuas carnes febris e tensas
como fios elétricos, choques
e descargas.
O amor em teu corpo de formas enxutas
e essa toalha de feltro
pendurada na parede no banheiro.
(Itárcio Ferreira)
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