Saudemos
os idiotas.
Saudemos
a ascensão do idiota
à condição de
mestre do mundo.
Saudemos entre nós
sua chegada,
após uma sempre
presença ignorada.
Bem-vindos sejam à
nossa morada.
Saudemos os
idiotas.
O futuro não lhes
pertence,
mas eles festejam
pelas ruas
o passado de
maldição.
Seu herói é seu
algoz,
sua liberdade,
obediência,
sua recompensa,
servidão.
Mas eles lhe dão
vivas
e salvas de canhão.
Saudemos os
idiotas.
Eles não têm a luz,
pois festejam a
escuridão.
Aguardam o raiar do
sol
nascido da bolsa do
mal ladrão.
Saudemos os
idiotas,
felizes eles são,
na ignorância como
benção,
louvam sua
perdição.
Saudemos o idiota,
sua voz se ouve ao
largo,
suas patrióticas
canções,
suas rimas de
toleirões
e seus versos de
parvo.
Saudemos os
idiotas,
eles festejam a
diferença
sendo todos tão
iguais.
Idiotas todos são,
mas não se saberão
jamais.
Festejam-se como
doutos,
como tolos,
sonham-se
artífices da
história.
Acordarão em
glória,
herdeiros da
vitória,
derrotados por si
próprios,
enganados por si
mesmos,
néscios e boçais.
Mas felizes,
todavia,
felizes como tais.
Saudemos os
idiotas.
Receberão como paga
sua praga.
Mas não desejavam
mais.
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