Por Luiz Escosteguy, em seu blog
Há um quarto amor de infância. E não é uma
história triste. Nunca me abandonou.
Os livros.
Coisa de
família, sabe?
Minhã mãe
encapava os livros para leitura. Aprendi com ela a encapar livros e cadernos.
Aos livros
aprendi a dispensar cuidados que se dá às coisas mais importantes do mundo.
Ler era
aprender a se apaixonar. Não a paixão platônica que temos por menininhas, mas
uma paixão vívida, com retorno garantido em novas emoções, em novos
aprendizados de si. Sim, ler era aprender sobre si, sobre seus sentimentos,
suas dúvidas.
As novas
palavras. Quanta emoção tinha o descobrimento do significado das palavras.
Todas eram sempre novas, por mais que tivessem sido escritas para crianças.
A paixão pelo significado das palavras me tornou um leitor de
dicionários. E quantas e quantas vezes aguardava a oportunidade para usar uma
palavra cujo significado recém havia descoberto. Também aprendemos a
frustração, pois a coisa mais comum era, depois de aprender o significado de
uma palavra, quase nunca encontrávamos onde usá-la. Mas estava lá no livro.
Assim eram os
livros na infância.
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