Interiorano,
Nascido na zona da mata pernambucana,
Nunca soube
Usar gravata:
- Apenas no casamento,
Quiçá na morte.
Cidadão do mundo
Odeia profundamente as fronteiras e ama os
diferentes.
Poeta? Não sabe, não tem certeza...
Mas, insisti.
Funcionário público cheio de
poeira,
Achou na poesia e no uísque,
Uma maneira,
De respirar sob os escombros,
Da dita sociedade capitalista.
Quis ser músico, não tinha talento;
Guerrilheiro, não pôde,
A pólio o acertou,
Qual mercenário estadunidense,
Numa esquina mal iluminada,
Numa certa manhã de novembro.
Acreditou um dia em Deus, no outro
em Nietzsche.
Em matéria de sonho: um suicida
profissional.
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