Publicado
inicialmente em, 11 de julho de 2009, no CLAUDICANDO.
Notas Claudicantes:
Lendo no Amálgama a resenha de Juliana
Dacoregio sobre o livro Buceta: Uma
novela cor-de-rosa, de Luiz Biajone, lembrei de Bráulio
Tavares e do seu “Poema da Buceta Cabeluda”.
Tinha
esse poema em livro, que comprei numa apresentação de Bráulio, aqui em Recife,
mas o danado sumiu das minhas estantes, só Deus sabe como.
(Livros
têm pernas? Vontade própria? Desejo de ser lido e por isso fogem de casa, das
estantes?)
Pesquisei
na net e achei o belo poema de Bráulio, autor de Trupizupe, o
Raio da Silibrina,
que aqui posto em homenagem ao grande autor, aos leitores e, é claro, as
bucetas: deliciosos fetiches, motos-contínuos do desejo.
(Itárcio)
A buceta da minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono-das-secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo-baiano.
A buceta da minha amada
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do Universo.
A buceta da minha amada
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.
A buceta da minha amada
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.
A buceta da minha amada
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme
quando a gente fode.
(Bráulio Tavares)
buceta gostosa
ResponderExcluirPoema muito bom, construído e com rimas e palavras bem colocadas. De uns tempos pra cá a estética da das bucetas mudaram e quase não se ver buceta cabeludas, fica o referencial da Buceta Cabeluda da Claudia Ohana, no seu ensaio para a revista Playboy.
ResponderExcluirBucetas Lindas
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