"Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação." (Mário Quintana)
Aos Mestres, com carinho!

Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos
quarta-feira, 31 de agosto de 2022
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
PREZADO AMIGO AFONSINHO, por Itárcio Ferreira
Morreu Carlos Alberto Torres, capitão da seleção brasileira de futebol, campeã mundial em 1970.
Time considerado o melhor do Brasil em todos os tempos.
Há quem discorde, e eleja a seleção de Telê Santana de 1982,
mesmo não tendo sido campeã.
Nunca soube nada da vida e do pensamento do “Capita”, apenas
uma vez o vi comentar a final da copa do mundo de 1986, entre a Argentina de
Maradona e a Alemanha.
Declarou que torcia pela Alemanha.
A Argentina venceu por 3X2.
Pensei, na época: “Como um negro latino-americano torce pela
Alemanha em vez de torcer pelos nossos irmãos argentinos? ”
Ele tinha os seus motivos e eu os meus.
Ídolos futebolísticos tenho pouquíssimos: Afonsinho, Dr.
Sócrates e Dom Diego Maradona.
AUTORRETRATO (2019), por Itárcio Ferreira
Para não estourar, de repente, em um suicídio
fracassado, sempre busquei as artes e o álcool. Eles têm um quê de alívio que a
tudo supera. As demais tentativas de fuga, fora desta dupla, se mostraram
falhas.
A bebida é uma fuga espetacular, mas o corpo físico não nos compreende. Talvez por isso aprendi a amar – na verdade não sei o que é o amor – os livros, os poemas, os romances. Sou, em resumo, um fugitivo, e enquanto os excessos de anos dão-me vida, diminuo os sofrimentos através dos livros, pois, covarde para cair fora por conta própria.
VIA CRÚCIS: DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, por Itárcio Ferreira
A internet é como aqueles antigos álbuns de fotografia, nos faz reviver o passado. Às vezes as lembranças são boas, outras, pesadelos.
Dia desses encontrei no YouTube a música "O homem de Nazaré", interpretada por Antônio Marcos.
A música me lembrou o tempo, terrível, em que estudei no Colégio Imaculado Coração de Maria, em Olinda, dos 12 aos 14 anos.
Terrível porque naquela época, 1974/1976, eu era o cara mais tímido do mundo, de uma timidez doentia: eu era depressivo e não sabia. Só vim descobrir minha depressão aos 23 anos.
Imaginem uma pessoa, em sua essencial, alegre, brincalhão, criativo, aprisionado no corpo de um pré-adolescente, ainda por cima deficiente físico, que mal conseguia dar bom aos amigos, quando na verdade tinha vontade de abraça-los, sorri, brincar, beijar.
Não cometi suicídio por sorte, pois que nunca sofri bullying, ao contrário, apesar de super retraído e calado, haviam pessoas que gostavam de mim.
No Imaculado lembro de André, um garoto um ano mais novo do que eu, cabelos loiros, que no recreio sempre ficava em minha companhia. Para o meu azar, seu pai foi transferido, a trabalho, para o Rio de Janeiro, e eu fiquei sem amigos. Obrigado, André.
Havia também uma menina, Ana Paula Giffoni, linda, que gostava muito de mim e eu dela. Sempre conversávamos, e a companhia dela me fez atravessar aquele inferno com um pouco mais de alegria. Obrigado, Ana.
Havia, ainda, uma outra menina, Ana Virgínia, por quem sempre fui apaixonado, mas, claro, ela nunca soube de minha paixão, nem que eu a achava a menina mais linda do mundo.
Ah Antônio Marcos, era boa a lembrança da tua voz na canção "O homem de Nazaré", sempre tocada nas aulas de religião. Obrigado.
Aqueles tempos foram tão terríveis quantos os anos que passei trabalhando na Caixa Econômica Federal, na agência Marcos Freire, também em Olinda, entre novembro de 1989 a março de 1995.
Dali, ao contrário do Imaculado - André, Ana Paula, Ana Virgínia, Antônio Marcos - não consigo ter nenhuma lembrança agradável.
Contratado para trabalhar seis horas diária, trabalhávamos dez, sem direito a horas extras ou folgas.
Trabalhávamos por pressão, - hoje
assédio moral - tudo tinha um horário limite: passar por telefone as aplicações
do overnight; consertar os erros do sistema, na conta acerto, antes da agência
abrir; etc.
Tudo sob pena de arcar financeiramente com os erros ou a demora em realizar procedimentos, o que, claro, pois sou humano e não máquina, vez por outra acontecia, e o desconto era feito no mesmo dia na minha conta corrente.
Óbvio que diante de tanto abuso a minha depressão voltou com força total. Vivia, e trabalhava, com a ajuda de medicamentos e uma grande dose de álcool.
Quem leu "Cartas na rua", de Charles Bukowski, sabe do que estou falando. E lá, na Caixa, não havia a voz de Antônio Marcos para me acalmar. Triste.
ITINERÁRIO (2019), por Itárcio Ferreira
O despertador do celular tocou, como sempre,
às 6 horas. A mesma dificuldade de levantar toda manhã, ressaca do ansiolítico
e do antidepressivo para o sono pegar.
Levanto. Lava o rosto e a boca. Adio o banho
para depois do café. Primeiro um pequeno café para despertar, depois algo leve
para comer.
Já não dirijo há 5 anos. O trânsito é de
estressar um morto. Às 8 horas chega o rapaz que sempre me leva e me traz do
trabalho.
Durante o percurso, uns 40 minutos,
conversamos sobre qualquer coisa. Já somos amigos, serei seu padrinho de
casamento que ainda não está marcado.
No trabalho abro a minha sala. Trabalho
sozinho, mas, sempre recebo a visita de amigos.
Sala aberta, computador ligado, mais um café
de máquina e mãos à obra para produzir relatórios sobre a fiscalização das
contas dos governos estadual e municipais.
Servidor público. Trancado numa sala com ar
condicionado. Fazendo, há mais de 20 anos, relatórios e relatórios, é fácil
prever que a rotina, a repetição e a idade são fardos diários e pesadíssimos.
Enfim a hora do almoço, onde entre um colega e
outro podemos jogar conversa fora e descansar para o segundo tempo.
O segundo tempo é sempre mais lento. Às 4 da
tarde os aparelhos de ar condicionado são desligados, por medida de economia.
Quinze minutos depois já estou suando à beça.
Novamente espero o rapaz que me traz de volta
para casa. Já são 7 da noite.
Chego em casa cansado, às vezes janto, outras,
apenas um banho e cama.
Hoje estou no Estúdio das Quintas com a mestra
Márcia.
A GELADEIRA, por Itárcio Ferreira
Com certeza, no Brasil, uma grande maioria da população, ao abrir a geladeira, só encontrou luz e água, pois, vivemos num país em que a desigualdade social é uma verdadeira guerra, um câncer.
Pensando nisso, amparado por uma situação
financeira estável, mais por sorte, por estar no lugar certo, do que por
talento ou mérito, resolvo dar uma olhada no interior da minha geladeira, já
com cinco anos de uso e alguns pontos de ferrugem.
No pequeno compartimento que é o congelador
encontro sorvete de açaí e cupuaçu, frutas típicas do Norte do país. O açaí,
vermelho, chegou primeiro aqui em Recife, cidade onde moro, abrindo caminhos
para o cupuaçu, de cor branca para bege, ambas já me ajudaram a curar algumas
ressacas, sou grato.
Afora as frutas em forma de sorvete, caçambas
de gelo para uísque ou coca cola para curar ressaca; embutidos, tipo presunto,
salame – meu xodó – e mortadela, esta última mais por opção ideológica.
Logo abaixo do congelador, no corpo da
geladeira, algumas marmitas com 300 gramas de comida cada, para o meu filho que
gosta de malhar e quer virar o Hulk. Cada marmita contém arroz ou macarrão ou
batata doce, acompanhados de carne de frango ou peixe, como almoço no trabalho,
raramente ataco uma das marmitas.
Um resto de pudim, um pedaço de melancia, uma
guarnição de sopa completa o corpo da geladeira.
Logo abaixo, a bandeja de guardar verduras e
frutas. Vejo: coentro, alho, alface, limão e um pedaço de gengibre para fazer
um chazinho.
Da “auditoria” verifico que preciso comprar
mais carne de frango e peixe; verifico que sou um privilegiado num país onde
ainda existe fome, pobreza e miséria; verifico que o gelo já está no ponto para
uma dose de uísque que esquentará o meu corpo e sedará a minha revolta que não
consigo transformar em algo revolucionário.
Existem cinco coisas antigas que são boas, por diversos autores
Existem cinco coisas antigas que são boas:
• Esposas idosas.
• Os velhos amigos para conversar.
• A velha lenha para aquecer.
• Velhos vinhos para beber.
• Os livros antigos para ler.
*Émile A. Faguet*
O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado
com a solidão
*Gabriel Garcia Marques*
Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as
forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.
*Ingmar Bergman*
Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta,
o comentário.
*Arthur Schopenhauer*
Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.
*William Shakespeare*
Quando me dizem que estou velho demais para fazer alguma coisa, tento
fazer mais rápido.
*Pablo Picasso*
A arte do envelhecimento é a arte de preservar alguma esperança.
*André Maurois*
As rugas do espírito nos fazem mais velhos que os do rosto.
*Michel Eugene de le Montaigne*
O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções.
*Oliver Wendell Holmes*
Na juventude aprendemos, na velhice entendemos.
*Marie von Ebner Eschenbach*
A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual
brincávamos quando éramos crianças.
*Frederich Nietzsche*
O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor.
*Cícero*
Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a
boca.
*Ernest Hemingway*
As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.
*Provérbio alemão*
A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.
*Gerald Brenan*
Um homem não é velho até que comece a reclamar em vez de sonhar.
*John Barrymore*
Velho é aquele que considera que sua tarefa está cumprida. Aquele que se
levanta sem metas e se deita sem esperança.
*Autor desconhecido*
“Os delírios verbais me terapeutam.” - por Manoel de Barros
Certa vez, quando eu passava por um momento muito difícil , sonhei que seria operado do coração.
Angustiado, eu pensava que não sobreviveria à operação.
Não sei como fui parar ali, por quais caminhos andei ou fui levado.
Sabia apenas que haveria uma operação e eu era o paciente a ser operado.
De repente, adentra a sala de cirurgia o cirurgião.
Ao vê-lo, meu medo desaparece, cheguei até a sorrir...
Pois o médico que me operaria era nada mais nada menos do que o poeta Fernando Pessoa!
No princípio, achei estranho.
Mas depois percebi que fazia sentido ser um poeta o cirurgião de um coração angustiado.
Sem demora, o cirurgião-poeta abriu meu peito, mas não com bisturi:
não sangrou , nem houve dor.
Ele enfiou uma das mãos, porém não foi suficiente.
Somente as duas mãos do poeta conseguiram tirar meu coração do peito :
"Ele está pesado como um paralelepípedo! Preciso extrair o que lhe pesa”, diagnosticou o cirurgião-poeta.
“O que lhe pesa não é coisa física, o que lhe pesa é a mágoa com o passado, a decepção com o presente, o medo do futuro e a descrença nos homens”, disse-me ele enquanto extraía tudo isso.
Quando olhei para a mão do poeta, meu coração estava minúsculo, parecendo uma semente salva de um fruto que perecia.
Protestei: “poeta, com esse coração pequenino não vou sobreviver!”
O cirurgião-poeta então respondeu, terminando sua arte, sua “clínica”:
“Ele está assim pequeno porque deixei apenas o coração da criança.”
Após ouvir isso acordei, e não apenas daquele sonho, já amanhecia.
Queria registrar o sonho e me virei para pegar caneta e papel.
Então, algo
que estava sobre meu peito caiu ao meu lado na cama, era um livro que adormeci
lendo: “O Eu Profundo e os outros Eus”, de Fernando Pessoa.
*Colcheias*, poema de Francisco Moniz Barreto* (1804-1868)
_Entre as coxas do meu Bem_
_Sustentei meu passarinho._
Sempre à lembrança me vem,
A par de angústias saudosas,
Horas, que tive, ditosas,
_Entre as coxas do meu Bem._
Sem que nos visse ninguém,
Quais aves no brando ninho,
Fruindo quanto carinho
A terna paixão inventa.
Do pomo, que amor sustenta,
_Sustentei meu passarinho._
Não invejava o que tem
D'ouro abastada porção,
Gemendo em doce prisão
Entre as coxas do meu Bem.
Ora um mimo... ora um desdém...
Ora um ai... ora um beijinho...
Preso ao meu o seu corpinho...
Turva a vista, a face acesa...
No maná da natureza
_Sustentei meu passarinho._
* Francisco Moniz Barreto nasceu na Vila de Jaguaripe, na Bahia. Além de grande poeta, foi militar e escriturário da alfândega.
__________
BUENO, Alexei. *Antologia pornográfica: de Gregório de Mattos a Glauco
Mattoso.* Edição Especial. Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 2011,
pp. 127-128
A história de Tarcísio Pereira, o livreiro que conquistou o Recife
Tarcísio Pereira, o homem que na década de
1990 conduziu a maior livraria do Brasil, tem o seu perfil publicado pela
Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O título foi escrito pelo jornalista
Homero Fonseca e apresenta a trajetória do livreiro e da icônica Livro 7,
inaugurada no Recife em 27 de julho de 1970 e fechada em 2000. O lançamento
será às 19h de quarta-feira (27/07), no Paço do Frevo, localizado no Bairro do
Recife, e remete à data de fundação da livraria. É aberto ao público, com
apresentação de orquestra de frevo e homenagens de amigos.
“Mesmo sem ter sido um criador de conteúdo,
Tarcísio teve a maior importância na vida cultural de Pernambuco”, destaca
Homero Fonseca, ao falar sobre a publicação Tarcísio Pereira – Todos os livros do
mundo, da Cepe Editora. Ele nasceu em Natal (RN), migrou para o
Recife com a família, ainda adolescente, e morreu em 25 de janeiro de 2021, aos
73 anos, por complicações da covid-19. Na capital pernambucana, também foi
editor e atuou como superintendente de Marketing e Vendas da Cepe.
A publicação, com 308 páginas, traz relatos
de parentes, amigos, ex-funcionários e admiradores do livreiro, que se vestia
de azul da cabeça aos pés. “O homem de azul se tornou a persona de Tarcísio,
isto é, sua imagem pública. Uma imagem que começou espontaneamente, mas logo
seria consolidada numa construção milimétrica. Um conjunto formado por vários
elementos: gosto, comodidade, moda, superstição, marketing”, escreve Homero
Fonseca num trecho do livro.
O trabalho é o resultado de um ano de
pesquisa e estudo, informa o autor, que optou por fazer um perfil biográfico,
“com os rigores possíveis de uma biografia e toques de ensaio jornalístico.” No
livro, ele resgata as origens da família de Tarcísio no interior do Rio Grande
do Norte, os efeitos de ter sido criado numa casa com predominância feminina, o
espírito agregador presente em toda a sua vida, a história da Livro 7, a
vocação de mecenas do movimento cultural do Recife e a troça Nóis Sofre, Mas
Nóis Goza, agremiação carnavalesca da livraria.
“Antes de focar na trajetória pessoal de
Tarcísio Pereira, havia a necessidade incontornável de mostrar o contexto da
época. Contar a trajetória de Tarcísio é contar a história da Geração 68, da
juventude que saiu às ruas no mundo para se expressar”, afirma Homero Fonseca.
A livraria fundada no dia 27 do mês 7 de 1970 por Tarcísio Pereira – integrante
dessa geração e supersticioso com o numeral 7 -, em plena ditadura militar no
Brasil, logo se tornou “um canal de manifestação dessa juventude estudantil
pela cultura”, diz ele.
A Livro 7 surgiu num espaço exíguo no nº 286
da Rua Sete de Setembro, bairro da Boa Vista, Centro do Recife. “Era tão
pequena e tão atulhada de livros que a gente entrava, escolhia um, saía para o
corredor para poder tirar a carteira do bolso da bunda e voltava para pagar no
caixa.” A descrição, reproduzida no livro, é do escritor e dramaturgo Hermilo
Borba Filho (1917-1976). De 1974 a 1978 a Livro 7 funcionou no casarão 307 da
mesma rua e de 1978 a 1998 ocupava um galpão de 1.200 metros quadrados no
imóvel 329, sempre na Sete de Setembro.
No Guinness Book, o livro dos recordes,
apareceu como a maior livraria do Brasil de 1992 a 1996. Frequentada por
intelectuais da direita e da esquerda, era reconhecida como ponto de encontro
dos recifenses. “É célebre a tirada do deputado Ulysses Guimarães, num jantar
após o lançamento do seu livro Rompendo o cerco: Em
Pernambuco, não existem só dois partidos, o MDB e a Arena. Aqui há um terceiro
partido: a Livro 7”, recorda Homero Fonseca numa passagem do livro.
Ao traçar o perfil do livreiro, ele compartilha com os leitores histórias curiosas sobre a vida do menino e do jovem Tarcísio. Também aborda problemas que levaram à falência da livraria: planos econômicos implantados nos anos 1990, a decadência do Centro e a inadimplência de consumidores. “Era uma relação comercial de bodega a que estabeleci com os clientes”, reconhece Tarcísio Pereira, em entrevista concedida dois anos após o fim da Livro 7. Ele pretendia abrir uma livraria no Mercado da Torre, na Zona Oeste do Recife, mas morreu antes, diz Homero Fonseca.
sábado, 27 de agosto de 2022
ACORDEM PARA A PÍLULA VERMELHA (2) - O QUE VOCÊ NÃO LÊ NA MÍDIA HEGEMÔNICA
O homem ao lado de Salman Rushdie, por Marcia Tiburi
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https://www.brasil247.com/blog/o-homem-ao-lado-de-salman-rushdie
China ameaça o Império Estadunidense, não os próprios EUA, diz Caitlin Johnstone
"O trem do mundo multipolar já saiu da estação", diz Pepe Escobar
https://www.brasil247.com/entrevistas/o-trem-do-mundo-multipolar-ja-saiu-da-estacao-diz-pepe-escobar
Rússia usa tempo a seu favor ao realizar operação na Ucrânia em ritmo lento, Robinson Farinazzo
Lula anuncia "terrivelmente" evangélico para seu ministério
https://www.brasil247.com/blog/lula-anuncia-terrivelmente-evangelico-para-seu-ministerio
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
ACORDEM PARA A PÍLULA VERMELHA (3) - O QUE VOCÊ NÃO LÊ NA MÍDIA HEGEMÔNICA
Do que riu Bonner?
https://www.brasil247.com/blog/do-que-riu-bonner
Moraes
atendeu sociedade civil e bypassou Aras
https://marceloauler.com.br/moraes-atendeu-sociedade-civil-e-bypassou-aras/
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https://www.brasil247.com/blog/voe-como-uma-aguia-darya-dugina
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https://www.thecrimson.com/article/2017/1/31/galant-welcoming-war-crimes/
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A quem interesse a cara de deboche do Bonner?
https://www.brasil247.com/blog/a-quem-interesse-a-cara-de-deboche-do-bonner
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
SOBRE A MENTIRA, por Itárcio Ferreira
Um amigo me
perguntou qual minha visão sobre o mentir?
Primeiro, todos
nós mentimos, inclusive comprovadamente pela ciência, através de pesquisas e
estudos, já revisados.
Portanto, mentir
faz parte da condição de ser humano.
A diferença está
no tipo e no objetivo da mentira contada, existe, pois, mentiras e mentiras.
Existem algumas
classificações para as mentiras, por exemplo:
Mentira autêntica ou descarada; Exagero; Mentira enganosa; Mentira utilitária; Mentira compensatória; Omissão; Ocultação; Falsa confirmação; Negação; Mascaramento; Mentira branca; Mentira aditiva; Mentiras detratoras ou difamatórias; Mentira traslatória; Mentira descarada; Grande mentira; Farol; Mentira de despedida; Elusão; Fabricação; Mentira honesta; Mentira patológica.
Fica aí a dica para quem quer se aprofundar no assunto.
Não sou um especialista, não sou psicólogo ou psiquiatra, só
curioso, e minha classificação pessoal é: (i) Mentira boa ou positiva e (ii)
mentira má ou negativa.
Como já sabemos, todos mentimos, o objetivo é o que difere uma
da outra.
A mentira boa é aquela mentira social, não queremos levar
vantagem ou machucar alguém quando mentimos. Por exemplo, você marcou com um(a)
amigo(a) para ir ao bar na quinta-feira, só que no dia você não está a fim de
sair de casa, então você manda um WhatsApp dizendo que está, infelizmente,
doente. Pronto, mentiu, mas, não causou mal a ninguém e resguardou a amizade,
etc.
A mentira má é aquela que o mentiroso quer tirar vantagem de
alguma forma, vantagem moral, financeira, etc. P. ex., você pede dinheiro
emprestado a um(a) amigo(a) já com a intenção prévia de nunca pagar o
empréstimo, não se sente mal por isso, mais ao contrário se sente sabido e
esperto e o outro que se exploda.
O mundo é do mentiroso, apenas ele é pessoa, os outras são
objetos, e estão aqui para servi-los.
Este último também pode ser chamado de perverso ou psicopata e é
de 1 a 4 por cento da população mundial.
No entanto, Ilana Casol, estudiosa brasileira, tem uma visão
diferente desses percentuais, e calcula que 25% das pessoas no mundo têm essa
doença.
As vítimas, para se protegerem, ao notar que estão num
relacionamento tóxico, seja ele amizade, namoro, etc., devem pedir ajuda
imediata para se libertarem, devem pedir ajudar aos pais, aos irmãos, aos
amigos, as autoridades, aos especialistas médicos, só assim então podem
alcançar a sua liberdade novamente.
Parte II
É sabido que as
pessoas perversas ou psicopatas se dão muito bem exercendo funções de mando e
lideranças, entre essas lideranças políticas. Citaremos algumas dessas pessoas
ou grupo de pessoas (países), a título de exemplo do que foi afirmado, a partir
de um corte histórico, em 1922, com a tomada de poder por Mussolini, na Itália.
Benito Mussolini (1883/1945), líder
fascista na Itália entre os anos de 1922/1943;
Adolf Hitler (1889/1945), líder
nazista alemão entre os anos de 1934/1945;
Francisco Franco (1892/1975), líder
fascista espanhol entre os anos de 1936/1975, sendo apontado como responsável pela
morte de 2.000.000 de espanhóis;
Estado de Israel (1946/---), estado
teocrático judeu de inspiração nazista, ocupou a Palestina Livre em 1948 e
desde lá, ou seja, há de 74 anos implantou o holocausto palestino;
Suharto (1921/2008),
ditador indonésio entre os anos de 1967/1998, acusado de vários crimes, dentre
eles invasão do Timor Leste (1975), causando a morte de 200.000 mil timorenses;
assassinato de 600.000 mil comunistas indonésios (1965);
Ditaduras
sul-americanas implantadas pelos EUA (1954/2006)
Brasil (1964/1985),
8.500 mortos, sendo mais 8.000 entre os povos originários;
Chile (1973/1990),
líder principal Pinochet (1915/2006), mais de 40.000 mortos;
Argentina (1966/1973),
mais de 50.000 mortos;
Uruguay (1973/1985),
mais de 200 mortos;
Paraguay (1954/1989),
principal líder Alfredo Strossner (1912/2006), pedófilo e responsável pela
morte ou desparecimento de 128.000 pessoa;
Winston Churchill (1874/1965), líder inglês racista e criminoso de guerra, entre vários crimes destacamos a morte de 4 milhões de indianos bengalis que morreram de fome (1943);
EUA (1945/---)
John F. Kennedy (1917/1963), presidente dos EUA (1961/1963), crimes, entre outros, apoio as ditaduras na américa do sul, inclusiva a brasileira, como com provam vários documentos descartados pelos próprios EUA;
Ronald Reagan (1911/2004), presidente
dos EUA (1981/1889), crimes, entre outros, implementou uma política terrorista
na américa central, sendo responsável por apoiar diversas ditaduras e por
milhares de mortos, desparecido e torturados;
George Bush, pai (1924/2018), presidente dos EUA (1989/1993), responsável invasão do Panamá (1989) e a invasão do Iraque (1991), causando a morte de 115 mil civis;
Bill Clinton (1946/---), presidente dos EUA (1993/2001), bombardeio da Sérvia (1999), 13 mil mortos;
George Bush, filho (1946/---), presidente dos EUA (2001/2009), foi eleito e reeleito em duas eleições fraudadas. Invadiu o Afeganistão (2001/2021); o Iraque (2003), onde o Estado laica e as mulheres tinham bastante liberdades, podiam dirigir carros sozinha, participavam e se candidatavam na política partidária, faziam faculdade e podiam ser professoras universitárias; e, criou Prisão de Guantánamo (2006 até hoje) em território cubano invadido criminosamente.
Barac Obama (1961/---), presidente dos EUA (2009/2017). Invadiu e destruí a Líbia livre, uma democracia pujante, cujo o principal líder Muammar al-Gaddafi (1942/2011) foi torturado e assassinado pelos franceses, aliados dos EUA. A Líbia tinha uma democracia em que os diversos congressos nacionais ou conselhos populares, o Estado era laico, tinha a decisão final sobre qualquer. Gaddafi era o chefe supremo militar e resolveu delegar tais funções aos conselhos, foi derrotado; outra derrota de Gaddafi foi quando ele resolveu abolir a pena de morte, o conselho recusou a proposta.
Désolée, c'est la vie. (Sinto muito, é assim a vida).
24/08/2022.