Aos Mestres, com carinho!

Aos Mestres, com carinho!
Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Minha Boemia (fantasia), poema de Arthur Rimbaud


Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos;

O meu paletó não era bem o ideal;
Ah! E sonhava mil amores insensatos

Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal;

Pequeno Polegar, eu tecia no percurso

Minha única calça tinha um largo furo.
Um rosário de rimas. A Grande Ursa,
Nessa noite de setembro em que sentia

O meu albergue, brilhava no céu escuro.

Sentado na sarjeta, só, eu a ouvia
O odor das rosas, que vinho vigoroso!

De meus sapatos, e o coração doloroso!

Ali, entre inúmeros ombros fantásticos,
Rimava com a débil lira dos elásticos


Tradução de Claudio Daniel