Madre Paula de Odivelas de seu nome Paula Teresa da Silva e Almeida, foi
a amante mais famosa de El Rei D. João V, de quem teve vários filhos, era
neta de um alemão, guarda do imperador Carlos V, que se estabeleceu em Lisboa
como ourives e de um marinheiro Napolitano, porque sim nessa altura Lisboa era
uma cidade cosmopolita, o pai de Paula seguiu a profissão de ourives e tinha
então 3 filhas, a Paula Teresa, a Maria Micaela e a Leocádia Felicia.
A Maria Micaela tornou-se noviça, a Leocádia Felicia, passou por lá mas
não professou como freira tendo-se casado com um Morgado (assim o grau mais
baixinho da nobreza), Paula Teresa decidiu ir também para o Convento de São
Dinis em Odivelas, com 16 anitos, parece que foi escolha do pai.
Acontece que o Convento de Odivelas era assim tipo o Casino do Estoril
ou coisa que o valha na época, e a nobreza frequentava o local por tudo e por
nada a começar por fazer grandes festas, pela altura em que se tornou a moça
freira existiu lá uma festa, Desagravo do Santíssimo Sacramento, com um jantar magnifico a que assistiu toda a nobreza, entre eles D.
Francisco de Portugal, 8º Conde do Vimioso que catrapiscou logo a moça,
fresquinha, mas o Rei também lá ia porque tinha como amásia outra freira,
Madalena, de quem teve um filho, mas quando viu Paula Teresa, o Conde do
Vimioso teve de dar de frosques começando assim um romance, o Rei disse-lhe
“Deixa a Paula e dou-te das freiras à escolha!”, assim como assim mais vale
duas na mão do que uma a avoar…
Teresa Paula passou a ser amante do Rei, foi promovida a Madre,
conseguiu benesses para si e para a família toda, borrifava-se para os deveres
religiosos, era uma moça de resposta pronta na ponta da língua e ficou
conhecida por uma certa arrogância, parece que uma vez que umas senhoras nobres
não se levantaram à sua passagem como deviam fazer a uma Madre Superiora disse
logo “Não se levanta de graça quem se deita por dinheiro!”
Pronto o Rei atribui-lhe de pensão a ela e seus descendentes 210 mil
reis anuais, que para a época era um dinheirão, atribuiu ao pai dela a Ordem da
Cruz de Cristo e mandou construir dentro
do Convento uns aposentos para a moça que têm direito a registo na Biblioteca
Nacional, talhas douradas de fartura, “leito da moda”, assentos de veludo
amarelo, santos de prata maciça, cortinas bordadas a ouro, roupas de cama e corpo
do melhor, inclusive uma banheira de prata dourada
maciça… para além disso tinha 9 criadas!
Os aposentos não ficaram para a posteridade foram destruídos pelo sismo
de 1755, o Rei manteve-a como amante até ao final dos seus dias e quando ele
morreu ela continuou a beneficiar de da pensão e dos aposentos, só passou a
cumprir os deveres religiosos, tiveram vários filhos que ficaram todos bem
encaminhados na vida, o mais famoso foi D. José de Bragança, um dos meninos de
Palhavã, ou seja o Palácio na zona onde agora está mais tijolo menos tijolo a
Embaixada de Espanha, onde os bastardos reconhecidos de el Rei eram educados
para serem religiosos a fim de expiarem os pecados dos pais (bonito ein?), ora
neste caso o Zézinho levou isso a peito e exerceu o cargo de Inquisidor-Mor!
Madre Paula morreu com 67 anos e de certeza com melhor vida do que se
não tivesse ido para freira, acresce dizer que a Rainha Maria Ana de Áustria
era feia e assim descrita por todos os compêndios, por outro lado era mais
velha que D. João, que é descrito como bem-apessoado, Paula é mencionada em
vários relatos históricos, biografias, romances, inclusive no “Memorial do
Convento” de José Saramago, sempre descrita como muito bela e de personalidade
forte.
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