O
CÁLICE DE OSSOS
como
uma cura ou uma montanha iluminada
a
cerimônia resiste — sua ausência
nesta
pele que se busca
em sua
fome
onde
está
se é de
mim que se alimenta?
preciso
da voz desse vazio que fala
traduzo
o silêncio dos que erguem segredos
a
sombra que busco é a metade que não sei
A FESTA
as
luzes da noite no espelho do dia
atira
sobre a laje a música sua epifania
o
relógio destila seu silêncio de seta
rege o
silêncio as patas da noite
era a
vida o seu melhor divertimento
a morte
e seu espetáculo de hipopótamos e lâmpadas
os
anjos carregam sirenes como se fossem felizes
O
ESPELHO DE MEDUSA
do amor
antigo o seu andrajo em que se guarda
em sua
memória copulam serpentes sementes que matam
respira
a sua dor que também é pensamento
pelas
fitas da tarde a noite desce
conheço
a magia das ceifeiras antigas
para o
medo do infinito sonhavam com o tempo
o amor
sabe as letras de seu inferno de cores
o amor
que em tudo cabe e em nada se completa
sob o
lodo do telhado ao lado
vê-se
um cão mordendo as mãos do vento
reconheço
no tempo seus outros trabalhos
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