17
Como
o rio, ou como o vento,
vão
passando os dias.
Há
dois dias que me são indiferentes:
O
que foi ontem, o que virá amanhã.
18
Não
me lembro do dia em que nasci;
não
sei em que dia morrerei.
Vem,
minha doce amiga, vamos beber deste copo
e
esquecer a nossa incurável ignorância.
19
Khayyam,
enquanto erguias a tenda da Sabedoria,
caíste
na fogueira da dor; agora és cinzas.
O
Anjo Azrail cortou as cordas da tua tenda
e
a Morte vendeu-a por uma ninharia.
20
É
inútil te afligires por teres pecado;
também
é inútil a tua contrição:
além
da morte estará o Nada,
ou
a Misericórdia.
(trecho)
Omar Khayyam
Tradução de Alfredo Braga
Para ler o poema completo: Os Rubaiyat, de Omar Khayyam