O poema não resgata
a vida a ninguém,
primeiro postulado.
No entanto o fazemos
por amor, por saudade,
para homenagear, para
criticar,
com a esperança
de que modifique o mundo,
senão a algumas pessoas
iluminadas,
senão a quem o faz: o poeta.
O porquê
não o sabemos,
e, no entanto, cotidianamente,
pegamos o poema pela beca,
aprisionamo-lo no papel,
na memória,
com algum sentido,
isto é certo.