Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Demasiado humano, poema de José Regio


Escancarei, por minhas mãos raivosas,
As chagas que em meu peito floresciam.
Versos a escorrer sangue eis escorriam
Dessas chagas abertas como rosas…

Assim vos disse angústias pavorosas
Em versos que gritavam… ou sorriam.
Disse-as com tal ardor, que todos criam
Esse rol de misérias fabulosas!

Chegou a hora de cansar…, cansei!
Sabei que as chagas todas que aureolei
São rosas de papel como as das feiras.

Que eu vivo a expor minh’alma nas estradas,
Com chagas inventadas retocadas…
Para esconder bem fundo as verdadeiras.


José Régio