Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

quarta-feira, 21 de junho de 2017

A GAIVOTA MORTA, poema de Ângelo Monteiro


Não morrerás jamais minha gaivota
suprema ave do mar, pobre princesa
estás na alma do poeta presa
enquanto a alma do poeta é morta

Suprema alma do poeta viva
suprema alma da gaivota morta
com a tua morte a vida fez-se altiva,
com a minha vida encontro a mesma porta.

Negra ave do céu, cativa e eterna,
tu pairas sobre o mar depois de morta
eu pairo nesta vida que se inferna.

Negra gaivota morta, vida minha.
Tuas asas perdi em em hora torta
na terra te ganhei como rainha.

Ângelo Monteiro