Suzana Lisbôa
“Eu fui muito atacada e acusada de querer
confrontar a ditadura, o que poderia prejudicar a transição para a
democracia”.
“Em 1972, o Ico foi morto e eu fiquei clandestina
até 1978. Desde aquela época eu comecei a participar dos movimentos de
anistia”.
“Pelo projeto de anistia do Figueiredo, os
desaparecidos teriam um atestado de morte presumida, de paradeiro ignorado, o
que a gente já teria no Código Civil. A ideia deles era burocratizar esse
tema”.
“Fizemos cartas ao presidente Lula que nunca
foram respondidas. Ele nunca recebeu os familiares de mortos e desaparecidos em
uma audiência”.
Eu sempre me perguntei porque acabamos ficando
sozinhos nesta história. Por que entidades como as Madres acabaram tendo uma
repercussão tão grande dentro do Brasil e nós não?”
“O Brasil é o único país onde é um crime a gente
buscar os responsáveis pelos crimes que foram cometidos na ditadura. É como se
fôssemos leprosos ou criminosos”.
“Quando a Brigada Militar age
da forma que agiu com aquelas meninas, usando inclusive agentes
infiltrados, e temos deputados na Assembleia agradecendo e engrandecendo a
violência da Brigada, devemos ficar alertas”.
(Suzana Lisbôa, militante política brasileira)
Em entrevista ao Sul
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