Nas árvores, com medo
das outras feras
Nos grupos, na sexual
promiscuidade
Descobriu-se o humano,
em priscas eras
E a sua inclinação
para a civilidade
Do tímido riso, de
clava e lança
Às gargalhadas, de
arco e flecha
Enfrentou a noite com
a clara dança
Do fogo produzido com
atrito e mecha
Quando fundiu ferro
não mais era selvagem
O respeitável bárbaro,
tendo carne e leite
Povoou a Terra, dela
fez pastagem
E encontrou na guerra
prático deleite
Apoderou-se o homem da
direção da casa
Degradou a mulher ao
conjunto de escravos
A incluiu na riqueza
que a si mesmo arrasa
E, ao invés de amor,
deu-lhe cruzes, cravos
Eunápio Mário