Busca
a felicidade agora, não sabes de amanhã.
Apanha
um grande copo cheio de vinho,
senta-te
ao luar, e pensa:
Talvez
amanhã a lua me procure em vão.
Não
procures muitos amigos, nem busques prolongar
a
simpatia que alguém te inspirou;
antes
de apertares a mão que te estendem,
considera
se um dia ela não se erguerá contra ti.
Alcorão,
o livro supremo, pode ser lido às vezes,
mas
ninguém se deleita sempre em suas páginas.
No
copo de vinho está gravado um texto de adorável
sabedoria
que a boca lê, a cada vez com mais delícia.
Há
muito tempo, esta ânfora foi um amante,
como
eu: sofria com a indiferença de uma mulher;
a
asa curva no gargalo é o braço que enlaçava
os
ombros lisos da bem amada.
(trecho)
Omar Khayyam
Tradução de Alfredo Braga
Para ler o poema completo: Os Rubaiyat, de Omar Khayyam