Um poema se faz,
não com a essência da alma,
mas com matéria do corpo
aquela que apodrece.
O tempo lambeu-me.
De repente tinha dezoito anos,
daqui a pouco trinta e seis,
dormi, e ao acordar,
fiz cinquenta e dois.
Ha! esta matemática divina.
O cheiro de canela da morte.
As amizades de fumaça.
Um canto que não consigo identificar.
Sais, preciso de sais,
meu corpo lasso,
minh'alma inexistente,
todos os meus pesadelos.
O espelho não mostra os meus desejos,
Apenas as minha frustrações.
A fome, a guerra.
O sexo insaciável.
Apesar da velhice,
do ridículo.
Incenso de cannabis,
orgasmos múltiplos,
música e lembranças:
Eis o poema!
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