Longe de ti são ermos
os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois
velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites
invernosas...
Abertos, sonham mãos
cariciosas,
Tuas mãos doces,
plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos
que descoram...
Há murmúrios dolentes
de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor,
pelos espaços,
Fumo leve que foge entre
os meus dedos!...
Florbela
Espanca
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