Não era possível. Havia planejado
tudo nos mínimos detalhes. Chegando a Foz do Iguaçu, sexta-feira à noite, homem
prevenido, havia sacado um pouco de dinheiro para as pequenas despesas e táxi.
Agora ali no restaurante Cataratas a máquina do cartão de crédito informava:
cartão bloqueado! Claro, só podia ser defeito daquele artefato perigoso em que
jogamos para amanhã as dívidas do agora.
Catamos nossas últimas reservas
de dinheiro – catamos, sim, eu e a exuberante morena que era Cleide, nos seus
vinte e oito anos de beleza e hormônios a flor da pele; às vezes a flor da
razão. Mas o que era a razão, que em sua essência nos leva a loucura, as
guerras e a uma vida chata e burocrata, diante da emoção?
Todo aquele vulcão de beleza
física, de conversa meiga e inteligente, que gostava de me ouvir divagar sobre
assuntos diversos quanto horóscopo e filosofia, passando pela música e o
conhecimento... Droga, sem dinheiro e sem cartão...
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