Finalmente havia sido feita
justiça. Estava lá, na fila do banco, quase a boca do caixa. Na mão o
certificado de minha vitória. O alvará do juízo especial do consumidor.
Pague-se a Gabriel a quantia certa de três mil reais. Danos morais e materiais.
Venci o sistema! Sorri! Na verdade nem tanto. O que são três mil reais para um
banco do porte do Santo André.
E quanto burocracia e
formalidades, tempo perdido, trânsito, chateação das audiências. A derrota na
primeira instância. A raiva. A impotência. A bile. Mas como dizia Thomas
Jefferson: temo o dia em que as pessoas jurídicas, pura ficção, tenham mais
direitos do que as pessoas físicas, verdadeiras, reais. E este tempo é agora.
Meu advogado, até hoje não sei o
motivo, talvez a quantia irrisória da causa, havia abdicado de recorrer da
decisão. Salvou-me minha mãe. Fui batizado na igreja católica, por causa de
minha avó e na umbanda por vontade e crença da minha genitora. Calma, tudo vai
ficar mais claro, amigo leitor. Espero apenas, com um leve sorriso que não
consigo esconder, receber meus três mil reais e contarei a história do
comecinho.
- O próximo! – gritou o caixa.
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