Compelido
pelo clima futebolístico dos dias atuais; pela participação do Náutico e do
Sport no brasileirão, que acompanho através das discussões acaloradas dos meus
colegas de repartição; pela recuperação visível do meu Santinha, que com
certeza sairá campeão da série D, rumo a C, a B e por fim a “glória” da série
A; pelo jogo do Brasil no templo do Arruda, pelas eliminatórias para a próxima
Copa de 2010; pela Copa das Confederações e por fim pela Copa de 2014 que cá se
realizará.
Compelido ainda pela campanha da Argentina, treinada pelo meu ídolo Maradona; compelido pela torcida pelos nossos hermanos, cuja imprensa tenta sempre em tratar como nossos inimigos, ecos de intrigas instaladas pelos ingleses, herdadas pelos estadunidenses e mantidas hoje por ingênuos ou maldosos “nacionalistas”.
Compelido, por fim, pela esperança de que o Dr. Sócrates seja eleito um dia presidente da CBF, assim como Lula o foi nosso Presidente, e que finalmente seja introduzida a democracia no futebol, como foi no nosso país.
Por tudo, fui buscar no fundo de “O Baú que não é do Raul” este pequeno texto, um textinho, um textículo, como diria Xico Sá, escrito em 20 de junho de 2002, final das eras, quase o fim da história, pois se mais um mandato fosse dado aos privatas neoliberais não existiria mais um país chamado Brasil, tampouco a maior quarta empresa petrolífera do mundo, chamada Petrobras.
(Itárcio Ferrreira)
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Para cada jogo de nossa Seleção se formam caravanas, organizadíssimas, o que não foi diferente nesta Copa do mundo de futebol que ora se realiza. Caravanas foram formadas para se deslocarem aos longínquos Japão e Coréia.
Quanto a nossa saúde pública... Caso fosse uma seleção, comparando-a com as seleções da copa, seria pior que a da Arábia Saudita no jogo contra a Alemanha, oito a zero. Nossos jogadores, ou seja, os nossos irmãos brasileiros que efetivamente se utilizam do SUS, uma população de 130 milhões de brasileiros, isto mesmo, dos 170 milhões de brasileiros, mais de 76% dependem exclusivamente do SUS para se socorrerem, estão mal treinados, ganham pouco e o seu regime alimentar não os faz correr em campo.
Nosso treinador, há oito anos no cargo, nada fez que pudesse mudar a nossa performance. As verbas para melhorar o nosso time da saúde por vezes e vezes foram usadas, ou mal usadas, em outras áreas, - ver o caso do CPMF, por exemplo, ou o desnecessário reaparelhamento das nossas forças armadas, como se estivéssemos em guerra externa, ou o pagamento dos juros da dívida, dívida mal contraída e mal aplicada, - e em outras oportunidades, simplesmente usadas em corrupção.
Os juízes, esses não têm favorecido a nossa seleção, muitas vezes venais ou omissos, fazem que não enxergam as faltas ou pênaltis cometidos contra nossa seleção da saúde pública, quantas partidas temos perdidos, quantos vexames!
O que mais impressiona é que muitos desses juízes, que têm assento no judiciário, foram colocados lá pelo nosso técnico FHC; nos conflitos entre nossos 130 milhões de jogadores, sempre o árbitro aplica falta a favor do técnico, (sim, pois o nosso técnico tem agido como um time inimigo), mesmo que para isso tenham que mudar as regras! Isto é um absurdo, assim nunca conseguiremos chegar a uma final.
Mas, o que mais entristece é que a torcida, aquela mesma que acorda de madrugada para assistir um jogo da nossa Seleção de futebol, aquela mesma que tem condições de pagar um plano de saúde privado, aquela mesma que tem condições de viajar a Coréia e ao Japão para assistir ao vivo os jogos da Seleção de futebol, se mostra omissa na torcida pela nossa seleção da saúde pública.
É triste, quando tudo indica que o Brasil poderá ir a mais uma final da Copa do mundo de futebol, a nossa seleção da saúde pública, doente, foi novamente desclassificada.
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