Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

terça-feira, 21 de maio de 2019

20 COISAS QUE QUERO FAZER ATÉ 2020, por Itárcio Ferreira


Meu primeiro desejo é estar vivo (1) em 2020, senão os outros desejos se tornariam inócuos, uma obviedade. Fosse está lista feita quando eu tinha meus vinte ou trinta anos, não seriam 20 coisas, mas, 40 coisas. Hoje, quase perto dos sessenta, meus desejos arrefeceram junto com a decadência física.

Ser ator (2) ou roqueiro (3) se tornam mais difíceis quando você não colocou em prática, desde a adolescência, o exercício das técnicas e dos talentos para tais artes. Claro que ainda tenho sonhos, hoje são pequenos, ontem eram imensos.

O desejo de viver numa sociedade mais justa (4), socialista, este nunca morreu, continua mais forte e firme do que nunca. Os desejos do ego é que foram diminuindo, sumindo. Conhecer Paris (5), morar numa casa a beira mar (6), criar um monte de cachorros (7), são coisas que vão ficando distante e depende de dinheiro que não tenho sobrando.

Espero que até 2020 meus filhos criem asas (8), pois, com a crise dois estão desempregados.

Em 2020 completo todos os requisitos para minha aposentadoria (9) o que quero muito, mas, com o desgoverno golpista, não tenho certeza se terei. Aposentado, posso me dedicar a ler mais (10), ir à praia com maior frequência (11), beber sem me preocupar com a ressaca (12), dedicar mais tempo aos meus poemas (13) e, quem sabe, a prosa (14).

Não quero viver muito se para isso não puder continuar a me cuidar sozinho (15), bem sei que nenhum poder tenho sobre essa situação, mas, é um grande desejo. Já falei para os meus filhos que sou doador de órgãos e que quero ser cremado.

No mais um mundo sem fome (16) ou guerra (17); um mundo livre do capitalismo (18), o que é sonhar muito, mas, nos sonhos não devemos impor limites.

Quero ver Sérgio Moro preso até lá (19), isto é, se a CIA permitir, por seus desmandos e destruição da nossa economia.

Por fim, conhecer Cuba (20) de onde sopra um cheiro de rum e de liberdade.

Recife, 2016.