SONS, poema de Itárcio Ferreira

Se me tocas os seios

e me arrepio,

se me tocas o ventre

com tuas mãos macias,

qual explorador do desconhecido;

se me tocas, amante,

qual músico a seu instrumento,

esperas do meu corpo

o retorno de tuas carícias.

Se me tocas,

esperas o retorno

de tua arte,

esperas meus suspiros,

meus gemidos, os sons

pelos quais se expressam

o prazer.

Por isso, quando amamos,

canto,

comporto-me como música.

Itárcio Ferreira

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