Não sei
se é vírus,
Bactéria,
Ou
outra forma de vida
Ou de
não vida.
Só sei
que a depressão
Está
comendo meu fígado.
Existe
apenas um único remédio,
Um
único antídoto:
A
solidariedade!
Mas, na
sociedade capitalista
Em que
sobrevivo e cumpro pena,
A
solidariedade é caçada,
Qual uma
barata imunda,
Por ditadores,
banqueiros, financistas,
Pela imprensa
livre,
Por reizinhos, como aquele fascista espanhol,
E pela violenta
e religiosa classe média.
Sei
apenas que a depressão
Está
comendo o meu fígado.
O
fígado tem a função de destilar
Alegria,
Foi o
órgão criado com mais
Carinho
por Baco, quando, embriagado,
Resolveu
moldar, homem e mulher, do vinho.
Não sei
se meu fígado resistirá,
- pois
a depressão o está devorando –
Se voltarei a beber e rir com os amigos,
Sonhar
com uma sociedade mais justa:
Socialista,
comunista, anárquica.
Quando
isto acontecer,
Homens
e mulheres aprenderão
A cultivar
a solidariedade,
Que nos
ensinar a amar
- mas
de um amor que ainda não conhecemos -
Ao
próximo como a nós mesmos.
E neste
dia,
Que
festa, que júbilo, que alegria!
Sei que
não estarei vivo quando isto acontecer,
Pois, a
depressão está comendo o meu fígado,
E sei
que não resistirei.
Onde o
remédio?
Onde o
antídoto?
Onde a
solidariedade?
Onde o
amor pleno, que ainda não conhecemos?
(Itárcio Ferreira)
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