Quando
nada mais resistir que valha
A
pena de viver e a dor de amar
E,
quando nada mais interessar
(Nem
o torpor do sono que se espalha),
Quando,
pelo desuso da navalha,
A
barba livremente caminhar
E
até Deus em silêncio se afastar,
Deixando-te
sozinho na batalha
A
arquitetar na sombra a despedida
Do
mundo que te foi contraditório,
Lembra
que, afinal, te resta a vida
– Com
tudo o que é insolvente e provisório –
E
que ainda tens uma saída:
Entrar
no acaso e amar o transitório.