Para Maria Clara Spinelli
Ao
olhar o branco de tuas faces e sorrisos,
transmuto-me
em nuvens carregadas de elementos:
o
ar, a água e a energia, filha da perfeita respiração,
além
da beleza, aos olhos sempre apreciada.
Ao
descer dos montes, a terra, a terra vira poesia.
Mas
bem que a visão, sempre influenciada por crenças, medos e fantasias,
não
é o melhor dos sentidos,
que
a nós foi oferecido pela natureza,
para
te perceber em profusão.
Andarilho,
poeta, marginal, saltimbanco sem talento,
busco
achar uma janela aberta em teu flanco desguarnecido,
saltá-la,
para, tu desprevenida, assaltar teus sentimentos.
Os
segredos e tesouros mais valiosos,
não
precisam ser escondidos em cofres de ferro, que derretem,
em
baús de madeira, que apodrecem,
em
tumbas com maldições e venenos, mesmo assim sempre violadas,
devem
apenas ser deixados de lado, ao relento, e num sorriso disfarçados,
porque
a ganância cega os olhos e a mente do pior dos bandidos amaldiçoados.
Tua
graça e beleza sem parâmetros
estão
guardadas no invisível mundo etéreo das essências
onde
mora tua alma, numa imensidão de desconhecidas e prazerosas emoções.
Entre
alegorias esvoaçantes, amores, sonhos secretos e quereres, nem sempre
percebidos,
juntam-se
alegremente pequenos t(r)emores, ao palco, à atriz, à fala, ao êxtase sempre
procurado:
criar o personagem perfeito, assim como do barro Deus moldou Lilith e de uma de suas costelas, Adão, o seu amado.