"Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação." (Mário Quintana)
Aos Mestres, com carinho!

Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
domingo, 24 de dezembro de 2017
Oração ao deus nosso criador
Obrigado,
Senhor, por não interferir:
-
quando milhares de pessoas morrem de fome, de frio, de doenças e de
maus tratos todos os dias no mundo;
-
nas guerras que já mataram milhões em teu nome;
-
nas catástrofes naturais que exterminam os que não te veneram,
juntamente com quem acredita em ti e te ama, e confia que tu irá
livrá-los do mal;
-
na violência desmedida contra os indefesos e humildes, que só têm
a ti para pedir proteção;
-
nas mortes, depois de meses em agonia, dos que sofrem de doenças
incuráveis (mesmo se tiverem orado a ti para minorar sua dor, ou
antecipar seu próprio fim);
-
no abuso físico, psicológico e sexual de inocentes por aqueles que
usam teu nome para adquirir poder e respeito entre os homens;
-
e, finalmente, obrigado, Senhor, por ter arquitetado essa “gincana”
em que bilhões e bilhões de seres humanos, durante milhões e
milhões de anos, tiveram que superar todo tipo de desafio — contra
animais selvagens, contra o clima, contra as catástrofes naturais,
contra doenças, contra pragas, contra outros grupos rivais — para
poder sobreviver neste planeta, e isso apenas para o Senhor poder
escolher a quem premiar e a quem condenar no final.
Espero
que o Senhor esteja se divertindo bastante.
Amém!
Via Deusilusão
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
1º. Poema avistado no Velho Chico – Piranhas-AL, poema de José Maria Almeida Marques
Velho Chico, velho Chico
Águas tomadas de Minas
Dessa Grota de Angicos
Donde veio d’água mina
Comparo o teu destino
Ao do Capitão Virgulino.
Águas tomadas de Minas
Dessa Grota de Angicos
Donde veio d’água mina
Comparo o teu destino
Ao do Capitão Virgulino.
Sentei-me
na pedra fria
Que de sangue foi lavada
Vi Lampião vi, Maria
Suas cabeças cortadas
Retirem-me a poesia
A eles fico igualado.
Que de sangue foi lavada
Vi Lampião vi, Maria
Suas cabeças cortadas
Retirem-me a poesia
A eles fico igualado.
Capitão
és Pancho Villa
Com teu chapéu estrelado
Naquela loca de pedra
Morreste como Guevara
Tirem-me Manuel Bandeira
E fico assim de nonada.
Com teu chapéu estrelado
Naquela loca de pedra
Morreste como Guevara
Tirem-me Manuel Bandeira
E fico assim de nonada.
Aqui
da Pedra do Sino
Vejo o Rio iluminado
Diferente do destino
Do homem e outros gados
Cada qual com suas sinas
Nas veredas já traçadas.
Vejo o Rio iluminado
Diferente do destino
Do homem e outros gados
Cada qual com suas sinas
Nas veredas já traçadas.
Cânions
do São Francisco
Lá na Gruta do Talhado
Rio, sonido de mar
Homens, de secos riachos
As mulheres que amei
Oceano ou fios d’água.
Lá na Gruta do Talhado
Rio, sonido de mar
Homens, de secos riachos
As mulheres que amei
Oceano ou fios d’água.
Por
todas me apaixonei
Eu, poeta abestalhado
Numas morri de sede
Noutras me fui, afogado
Ó Senhora da Saúde
Acoite os meus pecados.
Eu, poeta abestalhado
Numas morri de sede
Noutras me fui, afogado
Ó Senhora da Saúde
Acoite os meus pecados.
José Maria Almeida Marques
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Darkness, poema de Micheliny Verunschk
A
solidão,
essa tempestade,
esse gozo às avessas,
esse jeito de eternidade
que as coisas adquirem mesmo sendo apenas vidro.
Essas cartas ardendo
no estômago das gavetas,
essas plumas
que surgem quando se apagam
as últimas luzes do dia.
Tudo faz a noite mais longa,
Visão de uma sombra
Sobre um berço.
Não há resposta
e o labirinto é o falso,
os lábios são falsos,
somente abismo,
absinto verdadeiro.
O sono,
grande placa de cerâmica,
e o tempo,
demônio a ranger sobre o infinito.
essa tempestade,
esse gozo às avessas,
esse jeito de eternidade
que as coisas adquirem mesmo sendo apenas vidro.
Essas cartas ardendo
no estômago das gavetas,
essas plumas
que surgem quando se apagam
as últimas luzes do dia.
Tudo faz a noite mais longa,
Visão de uma sombra
Sobre um berço.
Não há resposta
e o labirinto é o falso,
os lábios são falsos,
somente abismo,
absinto verdadeiro.
O sono,
grande placa de cerâmica,
e o tempo,
demônio a ranger sobre o infinito.
Micheliny Verunschk
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
A moenda, poema de Da Costa e Silva
Na remansosa
paz da rústica fazenda,
À luz quente do sol e à fria luz do luar,
Vive, como a expiar uma culpa tremenda,
O engenho de madeira a gemer e a chorar,
À luz quente do sol e à fria luz do luar,
Vive, como a expiar uma culpa tremenda,
O engenho de madeira a gemer e a chorar,
Ringe e range, rouquenha,
a rígida moenda;
E ringindo e rangendo, a cana a triturar
parece que tem alma, adivinha e desvenda
A ruína, a dor, o mal que vai, talvez, causar…
E ringindo e rangendo, a cana a triturar
parece que tem alma, adivinha e desvenda
A ruína, a dor, o mal que vai, talvez, causar…
Movida pelos bois tardos e
sonolentos
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos,
Que as desgraças por vir, sabe-as todas de cor.
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos,
Que as desgraças por vir, sabe-as todas de cor.
Ai! Dos teus tristes ais!
Ai! Moenda arrependida!
— Álcool! para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!
— Álcool! para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!
Da Costa e Silva
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
O violino, poema de Micheliny Verunschk
Entregue
a sutil carícia
da curva do queixo
mal finge
que freme mesmo
é ao balé febril
das pontas dos dedos.
(Talhado em nobre madeira,
o filho de Eros,
é dado ao gozo animal
da curva do queixo
mal finge
que freme mesmo
é ao balé febril
das pontas dos dedos.
(Talhado em nobre madeira,
o filho de Eros,
é dado ao gozo animal
ao
humano sexo…)
Micheliny Verunschk
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Os dez mandamentos de Osho
Em
1970 perguntaram a Osho pelos seus dez mandamentos. Esta foi sua
resposta:
“Você
pergunta pelos meus dez mandamentos. Isso é muito difícil, porque
eu sou contra qualquer tipo de mandamento. Todavia, só pela
brincadeira, eu estabeleço o que se segue:
- Não obedeça a ordens, exceto àquelas que venham de dentro.
-
O único Deus é a própria vida.
-
A verdade está dentro, não a procure em nenhum outro lugar.
-
O amor é a oração.
-
O vazio é a porta para a verdade, é o meio, o fim e a realização.
-
A vida é aqui e agora.
-
Viva completamente acordado.
-
Não nade, flutue.
-
Morra a cada momento para que você possa se renovar a cada momento.
-
Pare de buscar. O que é, é: pare e veja.”
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Se o poeta falar num gato, poema de Mario Quintana
num
vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade…
se falar numa esquina mal e mal iluminada…
numa antiga sacada… num jogo de dominó…
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de verdade…
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol…
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá… Que importa?
e nunca chegou à cidade…
se falar numa esquina mal e mal iluminada…
numa antiga sacada… num jogo de dominó…
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de verdade…
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol…
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá… Que importa?
Todos
os poemas são de amor!
Mario Quintana
sábado, 2 de dezembro de 2017
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Um saber simples verticaliza a luz, poema de Inaldo Cavalcanti
No
carrossel inerte – humílimo mistério.
Eis
um rosto.
A
loucura que o ríctus do Atlântico
Traduz
em espumas – preciso golpe.
Eis
o mesmo rosto.
Algo
magoado cadencia a vida
E
o recife ensina o êxtase silencioso do olhar
Inaldo Cavalcanti
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
John Lennon (1975) -" Rock N Roll"
1.
John Lennon - Be-Bop-A-Lula
2. John Lennon - Stand By Me
3. John Lennon -
Medley: Rip It Up/Ready Teddy
4. John Lennon - You Can't Catch Me
5. John
Lennon - Ain't That A Shame
6. John Lennon - Do You Wanna Dance
7. John Lennon
- Sweet Little Sixteen
8. John Lennon - Slippin' And Slidin'
9. John Lennon -
Peggy Sue
10. John Lennon - Medley: Bring It On Home To Me/Send Me Some Lovin'
11. John Lennon - Bony Moronie
12. John Lennon - Ya Ya
13. John Lennon - Just
Because
14. John Lennon - Angel Baby
15. John Lennon - To Know Her Is To Love
Her
16. John Lennon - Since My Baby Left Me
17. John Lennon - Just Because
(Reprise)
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Cidadezinha Qualquer, poema de Carlos Drummond de Andrade
Casas
entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 25 de novembro de 2017
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
02 poemas de Antônio de Pádua
Capim barba de bode
Cobra verde engolindo sapo
Bosta de boi no meio do mato
Cortar caminho
Pra chegar depois do tempo
Inexato
Inexato
*****
Paralelepípedo
Calçada concreto
asfalto
Carro trânsito
Engarrafamento
Cumprir caminho
Pra chegar depois do tempo
Exato
Antônio de Pádua
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Banho de Chuva, poema de José Maria Almeida Marques
Menino no sertão da seca
Ficava rezando prá São José
-Mande chuva, meu santinho.
Mas eu nem tinha roçado
E só queria chuva na cidade
Prá ir tomar banho na rua.
Aí eu chamava Mariinha
-Vem brincar de chuva mais eu.
E ela vinha, só de calcinha.
O tempo passou tão tirano
Mas inda gosto brincar de chuva.
Adonde andará Mariinha?
José Maria Almeida Marques
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
Auto-Retrato, poema de Manuel Bandeira
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
Manuel Bandeira
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
02 haicais de Antônio de Pádua
Numa
rua estreita
A
morte espreita
*****
Haikai
no sinal
Sobressalto
Aí
bacana
É
um assalto!
Antônio de Pádua
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
domingo, 12 de novembro de 2017
Para uma poética libertária. Pode haver poesia na pornografia e pornografia na poesia?
La femme damnée
é um óleo sobre tela de autoria
do francês Octave Tassaert
e foi pintado em 1859.
Há,
ainda, entre alguns, controvérsia sobre determinados temas serão ou não capazes
de conter poesia. Um exemplo é: a pornografia pode ser poética? Dylan Thomas,
poeta galês, disse certa vez: “poesia é aquilo que me faz rir, chorar ou uivar,
aquilo que me arrepia as unhas do dedo do pé, o que me leva a desejar fazer
isso ou aquilo, ou nada”. Não poderíamos dizer, portanto, que o gozo, o
orgasmo, o fetiche ou tudo aquilo que possa dar prazer a isso ou aquilo, ou
nada, seriam também temas poéticos?
Nossa
sociedade tende a tornar antipoético tudo o que nossa moral condena. A morte,
um dos maiores medos do homem e assunto que não agrada muitas conversas, foi
tema de grandes poetas como Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, Florbela
Espanca, Cecília Meireles. Não obstante, muitos poetas renomados também
trataram do gozo, dos órgãos sexuais e das liberdades de gênero e sexualidade
de forma poética: Aretino, Bocage, Alexandre O'Neill, António Botto, E. M. de
Melo e Castro, Hilda Hilst, Glauco Mattoso. Mas por que os cadernos literários
aceitam como poesia apenas o dito erotismo velado? Se o horror da guerra com
corpos mutilados e terras ensanguentadas pode ser um tema retratado da forma
mais bela, ainda que cause indignidade e repulsa, não pelo autor da obra, mas
por aqueles capazes de tal monstruosidade, por que não as taras sexuais e suas
formas mais belas ou horrendas?
O
sexo dos outros é feio e condenável, e a isso chamamos pornografia. Essa é uma
realidade ainda latente em muitos cantos do mundo. Não adianta o quanto
dissermos ser liberais, libertinos ou despudorados, a moral no século XXI ainda
condena a nudez e as práticas sexuais. Não importa se “Cinquenta Tons de Cinza”
se tornou um bestseller em todo o mundo, o sexo ainda é tabu que revira olhares
quando ouvido no metrô, na praça de alimentação de um shopping, em uma conversa
de família, ou, ainda, se nas redes sociais escapam alguns biquinhos de seios
em uma foto.
Nesse
contexto, um poeta brasileiro chamado Vinni Corrêa vem esforçando-se com sua
obra para que o mundo literário aceite o linguajar tido como pornográfico
também como possível no campo poético. O autor comenta que um poeta jamais
poderia condenar qualquer que seja a palavra uma vez que não é aceitável
arbitrariedade na língua no fazer poético. Ao contrário, a palavra deve ser
extrapolada e alcançar níveis além daqueles impostos pela comunicação
cotidiana. “Concordo quando Boris Vian afirmou que a pornografia existe para
aquele que a procura e que a enxerga mesmo onde ela não há. A palavra não
define a poesia, pois é a poesia que rompe com as raízes da palavra, permitindo
que uma semente de abacaxi gere uma pedra de diamante ou uma lava de um
vulcão”.
Vinni
Corrêa nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e é autor de três livros de poesia
erótica: “Coma de 4”, de 2012, “Literatura de Bordel” e “Lunch Box”, ambos de
2015. Está previsto para o final de 2017 seu quarto livro, “Sexo a Três”. O
poeta organiza em sua cidade o sarau “Fresta Literária – sarrau de poesia
erótica”, promovendo a poesia erótica. Abaixo, alguns poemas de Vinni Corrêa:
Gozo
Sincronizado, do livro Coma de 4
Ambos
os lábios se tocam
As
mãos dele apalpam os seios dela
As
mãos dela alisam os mamilos dele
As
dela descem para o pênis
As
dele descem para a vagina
Tocam-se
Umedecem
Juntos
sussurram um no ouvido do outro
Os
dedos falam uma mesma língua
As
pernas os mesmos sinais entrelaçados
Num
vaivémvemvai do corpo
Suando
gemidos por toda a pele
Contorcem
como em uma dança
A
língua dele baila no minete
A
língua dela valsa no broche
A
dela engole o jorro
A
dele também
Fio
Solto, do livro Coma de 4
Um
fio
Solto
Decai
Certeiro
Na
linha da
Curva
do
Ânus
O
fio
Espiralado
Cocegando
O
esfíncter
Estreitinho
Da
bela menina
Que
no
Sono
Fantasia
A
piroca
Mais
grossa
Penetrando
O
seu
Cu
Por
Que Não as Panturrilhas?, do livro Coma de 4
Por
que são as bundas
Bundas
bundas bundas e bundas
E
os peitos
Peitos
peitos peitos e peitos
Femininos
A
chamarem mais a atenção dos homens?
Por
que não os joelhos
Redondinhos
dobradiços
Para
ela rezar para ela felar?
Por
que não os tornozelos
Onde
os finos - dizem
São
daquelas que dão boa comida?
Por
que não as orelhas
Pequeninas
conchinhas
Lubrificadas
com o marulho das palavras?
Por
que não os cabelos
Lisos
crespos encaracolados
Perfumados
e a grudar no corpo no suor do sexo?
Por
que não as panturrilhas
Brilhantes
reinantes em uma meia-calça
Que
a leve mão desliza até as coxas?
Quando
Beijo Tua Boca, do livro Coma de 4
Quando
beijo tua boca
Toda
nua feito quando
Beijo
tua boca
Toda
nua feito beijo
Tua
boca
Toda
nua feito tua
Boca
Toda
nua feito boca
A
Cereja do Bolo, do livro Coma de 4
Por
que querer ser a cereja do bolo se tu mulher podes ser o fiapo de manga em
minha boca?
Sem
Rodeios, do livro Coma de 4
A
menina foi à tourada
E
impressionou-se com o bovídeo peniano
Diante
de toda a gadaria
Pareceu
manso e inofensivo o bichano
Então
montou ela naquela corcova
Alisando
o duro couro
Empinada
a anca rebolava fogosa
Empolgava
e dominava o Deus Touro
Ela
trepada e ele bufando
Na
faena
O
bicho agitou agitou agitou
Ela
cambaleava no meio da arena
Debatia-se
em espasmos
Na
lide da tourada
Já
que touro alvo
A
prenda fora derrubada
tem
culpa eu?, do livro Literatura de Bordel
cu
é cego, não tem culpa.
não
tem deuses, não tem templo.
não
tem razão, não tem culpa.
mas
quem dá o seu de exemplo?
licitação
licenciosa, do livro Literatura de Bordel
ela
pôs a virgindade
para
venda no leilão.
as
pregas, com pouca idade,
já
anunciava pregão.
autosomagrafia,
do livro Literatura de Bordel
o
poeta é um gozador.
goza
tão abertamente
que
chega a gozar com dor,
a
dor que o cabaço sente.
vida
fácil, do livro Literatura de Bordel
prostituta
é um ofício
difícil
de labutar.
vai
batente em orifício
que
não dá pra lá botar.
rosa
bebê, do livro Literatura de Bordel
tão
rosada essa bochecha,
dá
vontade de apertar.
mas
é mesmo uma boceta
que
faz meu pau corar.
o
galanteio, do livro Literatura de Bordel
um
galo, bom ciscador,
botou
no cu da galinha
um
cisco tão varador,
que
de gala a pôs pra rinha.
karma
sutra, do livro Literatura de Bordel
uma
estranha sensação
de
que já vi este cu.
ou
de outra encarnação,
ou
é mero deja vu.
violeta,
do livro Literatura de Bordel
no
letreiro do bordel,
pisca
nome em luz neon.
escrevi-o
num papel
cor
lilás do seu batom.
essência,
do livro Lunch Box
o
cheiro que te perfuma
tem
meu sexo
na
assinatura
meia-verdade,
do livro Lunch Box
meia-verdade
é uma cinta-liga
nas
pernas de um travesti
a
nova mulher, do livro Lunch Box
750
ml de silicone
nos
seios e 30 cm
de
prótese na cona
pagando
de voyeur, do livro Lunch Box
a
transa
quanto
custa
se
for a vista?
medida
do amor, do livro Lunch Box
todo
o seu peso
em
cima do meu corpo
me
dá a leveza
de
estar no topo
estética,
do livro Lunch Box
até
uma deusa
como
Afrodite
tinha
celulite
erosão,
do livro Lunch Box
minha
cachoeira
tem
uma queda
pelo
seu lago
descobertos,
do livro Lunch Box
apaga-se
a luz
nossos
corpos nus
se
sombra de dúvida
masturbador,
do livro Sexo a Três
poeta
de boa escrita
nunca
escreve “punheta”
palavra
já muito batida
a
casa-lar, do livro Sexo a Três
suas
arqui tetas
desenham
a morada
onde
ponho mãos à obra
beijo
persa, do livro Sexo a Três
no
tapete do seu corpo
eu
voo
por
linguadas
CEP,
do livro Sexo a Trê
as
putas de rua
têm
mais endereço fixo
que
o meu coração
Mais
sobre o autor:
Vinni
Corrêa
Sobre
Vinni Corrêa: pós-graduando em Psicanálise e Ciências Humanas, pós-graduado em
Marketing e Comunicação Empresarial, graduado em Comunicação Social (ênfase em
Jornalismo).
________________________
Assessoria
Literária
Julia
Antunes Braga
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