Que tua boca seja,
para mim, taça.
Que tua saliva seja,
para mim, álcool e ópio.
Que
o teu ventre
me
sirva de casa.
Que
o teu útero traga-me a eternidade
através
do filho que te depositarei.
Semente
de índio e negro
(como
detesto a minha herança branca européia).
E eu, amada, em troca serei teu escravo,
teu
objeto, tua espada.
Servir-te-ei, exclusivamente,
até
a morte.
O
teu prazer
será
a minha busca eterna.
Em
minhas mãos,
mesmo
que já fracas pela velhice,
encontrarás
as armas que te defenderão
por
toda a eternidade.
Itárcio Ferreira