Aos Mestres, com carinho!

Aos Mestres, com carinho!
Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

terça-feira, 28 de maio de 2013

HEMORRAGIA MOSSORONIANA





                       

Dói a falta de tuas mãos,

a falta de tua voz,

como se um torturador ideológico

tirasse parte de mim

numa tortura abstrata,

sem ferro, sem fogo, sem força física.

Tiraste a metade do meu espírito.

                                   Que dor tão doída,

                                   essa dor do amor.



Vais para Mossoró

e levas para aquela terra tão calma

metade de mim choroso.

                                   E minha outra metade

                                   fica em hemorragia.



Mossoró, já tenho raiva de teu nome,

queres roubar meu amor.

Sou mais a Sé, o Carmo, o Varadouro,

                                   sou mais ela perto de mim.



Não me partas em dois,

                                   ai, essa dor!


(Itárcio Ferreira)

sábado, 25 de maio de 2013

O AMOR








O amor é como um gato

que come um rato...

E morre de infecção intestinal. 


(Itárcio Ferreira)

sábado, 18 de maio de 2013

EU TE AMO




                     
        
  Para Itamisse Christina e Danilo José




Apesar do mar,

apesar das estrelas,

apesar da poesia e da música,

da minha insignificância

ante as decisões dos homens,

de minha morte

não modificar a natureza

nem descolorir o sentido da vida,

sobra-me vontade de dizer que te amo. 


(Itárcio Ferreira)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

POEMA PARA ELIS





                       

Sei que dói,

dói em mim a tua morte.



Talvez doa mais naqueles que te conheceram,

te tocaram, te falaram,

talvez doa mais,

talvez.



Mas o que dói mais, Elis,

é a morte daqueles

que nada deixaram gravado,

nada deixaram escrito,

nada deixaram.



O que mais me dói, Elis,

e sei que também doía mais em ti,

é a morte daqueles que morrem famintos,

(de pão e de justiça)

sim, Elis,

parece incrível,

todos os dias.


(Itárcio Ferreira)

domingo, 12 de maio de 2013

POÉTICA ACIDENTADA






                       Para Leonildo França




Busco meu poema num mergulho,

no mais fundo do meu ser,

e morro afogado...


(Itárcio Ferreira)