Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ciranda, poema de Viviane Barroso

Ciranda.
Não sei quantas mulheres
Trago escondidas
Entre uma e outra de mim.
Nem sei quantas delas
De fato se escondem
Ou são compelidas
(por mim a quem desconheço)
A preencherem o vácuo
Dessa comunidade rachada
Onde habitam as partes
De que sou parte.
Talvez eu nem faça parte
Daquilo que a mim
Se apresenta como inteiro.
E já não sei se rezo baixinho
Por tantas mortes de mim
Que sobre meus próprios ombros
Recaem,
Ou se grito em desespero
Pelas vidas de mim
Que comigo disputam uma dança
Nessa ciranda
De mulheres loucas.

Viviane Barroso