Por Fábio Rocha
São essas as perguntas que
mais vejo na internet. Tentarei responder com o que aprendi vida afora.
Primeiro, é preciso que você leia, como bem
lembrou um leitor desse site de Luanda, “o aspirante a poeta ou novelista deve
primar pelo domínio da língua (gramática) e possuir um certo grau de
vocabulário, que lhe advém de muita leitura.” (José Luís Mendonça) Sem isso, é
impossível escrever realmente bem. Correndo o risco de parecer óbvio, lembro
também a importância de reler o que você mesmo escreveu. A maioria imensa do
que recebo em meu curso de criação poética vem cheio de erros
básicos de Português.
Também considero importante o processo na escrita
poética (e na arte em geral). Recomendo a leitura desse post sobre Valdir Sarubbi para expandir seus
horizontes.
Dito isto, para saber o valor do seu texto, acho
o mais importante você mesmo gostar dele. Vai ter sempre gente que vai gostar e
gente que não vai gostar, mas o que importa mais é a sua própria opinião. Além
disso, ninguém sabe direito o que é ou não é arte. Logo, não valorizo os
críticos profissionais, assim como muitos poetas. Também questiono o valor do conhecimento
teórico para escrever poesia. Acho que podemos criar muito bem sem saber escandir, o que é uma redondilha, poesia concreta, a diferença entre haikai e poetrix, ou quem foi Bashô. Fazer uma faculdade de Letras também não me
parece uma condição necessária.
Uma dica que me deram quando
comecei e acho interessante é não se prender muito à forma do poema,
principalmente nos seus primeiros poemas. Temos a tendência a encher de rimas
ou se preocupar demais com a métrica quando começamos a escrever poesia. E o
essencial é a mensagem, o que você quer passar, o que tem a dizer. Porém sem
desleixo, sem escrever e nem ler e reler o que escreveu, sem se questionar
minimamente sobre o que quis dizer.
Além disso, como bem disse Bukowski em seu poema “Então queres ser escritor”,
é preciso ter o que dizer. O essencial é isso. E ter paixão por escrever. Rilke, em seu “Cartas a um jovem poeta” diz que “Basta
sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de
fazê-lo.” Leminski dá outras dicas boas nesses vídeos. E Quintana, nesta carta. Não deixe de ler também essas cartas de Caio Fernando Abreu sobre o que é ser
escritor.
Quanto a escrever um livro, buscar editoras,
revistas e concursos literários, falo mais nesse post, onde também deixo um conselho de Rilke pra quem quer ser poeta. Bukowski também fala bem disso aqui. Em resumo, recomendo que faça um blog em vez de publicar um livro, que
aproveite a liberdade que a internet proporciona. Mas, se tiver aquele sonho de
um livro em papel, tome cuidado com editoras que só visam o lucro. Há várias
hoje em dia que não cobram nada de novos autores, se acreditarem em suas obras.
Antes de tudo, porém, registre seu livro na Biblioteca Nacional (Escritório de Direitos Autorais – EDA), como sempre fiz
com meus livros e e-books. Quanto aos concursos literários,
hoje em dia acho a mesma coisa do que os críticos… Vale mais é a importância do
escrever para você mesmo. Mas se quiser participar, atualmente há um blog sem
fins lucrativos que os está organizando e divulgando muito bem: http://concursos- literarios.blogspot.com.br/
Se ainda precisar uma ajuda mais personalizada,
se inscreva em meu curso de criação poética.
Um abraço e boa sorte!