Primeiro, finja-se de morto,
distraído, o idiota da aldeia.
E como quem não quer nada,
agarre a perninha do poema.
Segure-a de leve, puxando-a com
carinho.
Deite o poema no papel, sorria.
Balance o pequeno poema recém-nascido,
examine-o: cada letra, cada palavra,
cada som, cada silêncio.
Banhe-o com a palavra solidariedade,
que só pode ser encontrada no
vocabulário do socialismo.
Dispa-se de qualquer preconceito:
entregue-o ao leitor.
Itárcio Ferreira