"Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação." (Mário Quintana)
Aos Mestres, com carinho!
segunda-feira, 7 de junho de 2010
SE NÃO CANTO, PELO MENOS GRITO
Meus poemas não cantam amores utópicos.
Não são instrumentos da falsa
moral.
Não apóiam a d
e
c
a
d
e
n
t
e sociedade.
Meus poemas são tiros
nos corações,
são bombas,
bombas de esperança,
são gritos,
gritos de dor,
de ré
volta,
de fome.
Canto os desencantos,
canto o verdadeiro amor,
canto a luta,
canto a não-derrota.
Meus poemas são feitos de palavras
que traduzem
as vossas palavras.
São feitos de palavras
que, de repente,
a garganta expulsou,
num momento de honestidade,
num momento de grito.
Canto e grito:
eis o poema.
Grito mais do que canto,
canto menos do que grito,
se não canto, pelo menos grito.
(Itárcio Ferreira)
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