"Mas havia o sol da manhã e o rum
que eu sabia vinha de Cuba
junto com uma grande dose de igualdade."
Aos dez anos de idade,
o meu mundo ainda era azul,
apesar da poliomielite que aos poucos
enegrecia meu coração,
transformando minhas pernas em fardos
e em poesia as de Garrincha.
Baleias, também azuis,
navegavam na minha imaginação
e nos mares de Pontas de Pedra e Gaibu.
Pensamentos, palavras, mulheres nuas
e o frevo me esquentavam a alma
junto com marchinhas de carnaval.
E as colchas de retalhos de Vó Lídia
esquentavam minhas pernas
nas noites frias de minha vida.
Mas havia o sol da manhã e o rum
que eu sabia vinha de Cuba
junto com uma grande dose de igualdade.
E tudo enchia os meus olhos e a minha vidinha:
mulheres de verdade desfilavam de biquínis
e elas enchiam meus olhos
e me torturavam de desejos.
Era doce a vida, era doce o mar,
ainda não havia a desilusão do amor,
da amizade e da política.
(Itárcio Ferreira)
(Itárcio Ferreira)
Ola, Itárcio, cantar é sempre cantar por mais que grite as desilusões.
ResponderExcluirBelas e profundas palavras.
Abraços
Jader,
ResponderExcluirObrigado pelas palavras.
Um grande abraço!
Que belo companheiro! Que belo, poderia dizer, mas é triste, que nada, depende do olhar. Parabéns!
ResponderExcluirNicolau,
ResponderExcluirSeja bem-vindo!
Obrigado.