Aos Mestres, com carinho!

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Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

MARIA CLARA SPINELLI

 




A ATRIZ

 

Para Maria Clara Spinelli

 

Ao olhar o branco de tuas faces e sorrisos,

transmuto-me em nuvens carregadas de elementos:

o ar, a água e a energia, filha da perfeita respiração,

além da beleza, aos olhos sempre apreciada.

 

Ao descer dos montes, a terra, a terra vira poesia.

Mas bem que a visão, sempre influenciada por crenças, medos e fantasias,

não é o melhor dos sentidos, 

que a nós foi oferecido pela natureza,

para te perceber em profusão.

 

Andarilho, poeta, marginal, saltimbanco sem talento,

busco achar uma janela aberta em teu flanco desguarnecido,

saltá-la, para, tu desprevenida, assaltar teus sentimentos.

 

Os segredos e tesouros mais valiosos,

não precisam ser escondidos em cofres de ferro, que derretem,

em baús de madeira, que apodrecem,

em tumbas com maldições e venenos, mesmo assim sempre violadas,

devem apenas ser deixados de lado, ao relento, e num sorriso disfarçados,

porque a ganância cega os olhos e a mente do pior dos bandidos amaldiçoados.

 

Tua graça e beleza sem parâmetros

estão guardadas no invisível mundo etéreo das essências

onde mora tua alma, numa imensidão de desconhecidas e prazerosas emoções.

 

Entre alegorias esvoaçantes, amores, sonhos secretos e quereres, nem sempre percebidos,

juntam-se alegremente pequenos t(r)emores, ao palco, à atriz, à fala, ao êxtase sempre procurado:

criar o personagem perfeito, assim como do barro Deus moldou Lilith e de uma de suas costelas,  Adão, o seu amado.