I
raros são aqueles
que me beijam a sombra
entre as coxas:
pra maior parte sou
apenas
buraco penetrável,
boca, cu e cona,
chegam logo me
enfiando a rola
em dez minutinhos
de estocada frouxa
e está acabado:
meus caracóis ainda
secos
e o macho já vira de
lado.
pra um dei um manual
de anatomia, bem
explicado,
mas ele entender zona
erógena
foi trabalho de parto,
e meu metro de busto
permaneceu intacto.
tudo que digo agora é
vida longa às pilhas,
porque não anda fácil:
esse jeito de foder,
meninos, está todo
errado.
II
pra homem tudo é uma
questão de falo:
se a vara falha, a
noite finda
eu a vida toda me
queimando,
ávida, só com dois
dedos em riste,
e o menino com dez não
faz
nada, me deixa triste.
eu chego em casa
frustrada
e mando o burro comer
alpiste
- meu bem, de sexo
ruim já estou passada,
foi a última vez que me despiste.