13
Não vamos falar agora, dá-me
vinho. Nesta noite
a tua boca é a mais linda
rosa, e me basta.
Dá-me vinho, e que seja
vermelho como os teus lábios;
o meu remorso será leve como
os teus cabelos.
14
Tenho igual desprezo por
libertinos ou devotos.
Quem irá dizer se terão o
Céu ou o Inferno?
Conheces alguém que visitou
esses lugares?
E ainda queres encher o mar
com pedras?
15
Na sombra azulada do jardim
o ar da primavera renova as
rosas
e ilumina os meigos olhos da
minha amada.
Ontem, amanhã... é tão
grande o prazer agora.
16
Bebo, mas não sei quem te
fez, ó grande ânfora;
podes conter três medidas de
vinho, mas um dia
a Morte te quebrará. Numa
outra hora perguntarei
como foste criada, se foste
feliz, ou por que serás pó.
(trecho)
Omar Khayyam
Tradução de Alfredo Braga
Para ler o poema completo: Os Rubaiyat, de Omar Khayyam