Paulo Leminski A Paulo Leminski fizeram a seguinte pergunta:
-Poesia. Pra quê?
-“O puro valor da palavra está na poesia. Por isso é sempre
considerada mercadoria difícil. Poesia não vende é um dos mandamentos do
decálogo mínimo de qualquer editor sensato. Pois não vende mesmo. O destino da
poesia é ser outra coisa, além ou aquém da mercadoria no mercado. Mal obram e
mal pensam aqueles que reclamam da resistência em publicar poesia. Deveriam
mais é ficar alegres. A poesia, afinal, é a última trincheira onde a arte se
defende das tentações de virar ornamento e mercadoria, tentação a que tantas
artes sucumbiram prazerosamente.
-Então, poesia pra quê?
-Felizmente pra nada.
-Servir pra quê? Num mundo em que tudo serve para alguma coisa e
assim dar lucro, fundamental que algumas não sirvam pra nada”.
(Paulo Leminski Filho foi um escritor, poeta, músico, crítico literário, jornalista, publicitário, tradutor e professor brasileiro. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai, além de abusar de gírias e palavrões. Wikipédia)