sexta-feira, 14 de abril de 2017

Infiltrado, poema de Paulo Pignanelli


Posso deixar
os pesos a um canto
beber a leveza da semana

Esperar
pela redenção das horas
abandonar o posto
não voltar

Permitir a fuga dos
pássaros presos
os meninos tutelados pelos pais

Destruir apitos ultra-sônicos
incitar
a desobediência canina
da criadagem

Abrir os portões
das mansões ajardinadas
para que gatos e velhos
urinem na grama

Paulo Pignanelli